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O relógio de sol foi uma das actividades realizadas no âmbito deste projecto da instituição de Ensino Superior minhota.             
Elsa Moura

Academia 05.12.2016 11H25

UMinho leva ciência a grupos incomuns

Escrito por Elsa Moura
Estudantes de mestrado em Educação - especialidade de Educação de Adultos e Intervenção Comunitária têm levado a ciência das mais variadas formas aos respectivos públicos, numa parceria estreita com o STOL, um serviço de comunicação de ciência da UMinho.

Nos últimos três anos, a Universidade do Minho tem levado a ciência a diferentes grupos da sociedade, sejam a terceira idade, ex-combatentes ou toxicodependentes em clínicas de recuperação.

A ideia começou a ser implementada nas instituições através de estudantes de mestrado em Educação - especialidade de Educação de Adultos e Intervenção Comunitária, numa ligação muito próxima com a Escola de Ciências, através do STOL - Science Through our Lives, que surgiu há quatro anos no seio do Centro de Biologia Molecular e Ambiental – Universidade do Minho.

A iniciativa tem envolvido várias instituições e associações, sobretudo do Minho, mas já chegou também a Trás-os-Montes e Alto Douro.

Tudo começou com duas alunas que estavam a realizar os respectivos estágios num lar e que queriam realizar actividades para lá do comum. A título experimental, as alunas do IE discutiram com Alexandra Nobre, coordenadora do STOL algumas oficinas "que fossem ao encontro destes idosos". 

Em conversa com a RUM, a coordenadora sublinhou que a ideia "não é passar ciência pura e dura", mas sim "aumentar a literacia científica desta população". Assim, vão sendo passados conhecimentos através dos estagiários, que "resultam na melhoria da qualidade de vida dos respectivos públicos alvo".


As novas experiências vão respondendo a dúvidas e questões dos diferentes grupos


O STOL também já permitiu facilitar e ajudar no trabalho dos estagiários junto de ex-combatentes da região minhota. O grupo, constituído por pessoas com mais de sessenta anos, adquiriu novos conhecimentos com actividades trabalhadas especificamente para lhes despertar a atenção e retirar algumas dúvidas. Alexandra Nobre recordou que estes ex-combatentes tinham várias questões sobre o mar - uma vez que tinham viajado de barco para as colónias onde combateram - mas também sobre GPS, um objecto mais actual. Para passar a mensagem, decidiram colocar os utentes a jogar batalha naval conseguindo explicar também as coordenadas.


O papel de Alexandra Nobre passa por auxiliar os alunos da UMinho na implementação dos projectos e desenvolvimento de ideias, recorrendo, em determinados casos, a outros docentes de departamentos distintos da Universidade do Minho.


Por sua vez, na instituição onde se encontravam consumidores de drogas ilegais já numa fase avançada do tratamento, um estudante estagiário encontrou também dificuldades em realizar actividades que despertassem curiosidade e envolvimento dos próprios utentes. Aí, foi no amplo jardim da instituição, local onde os utentes passavam grande parte do tempo, que surgiu uma nova ideia para passar ciência e ajudar à criação de diálogos. A população "era extremamente desmotivada, passavam o dia cada um para seu lado, não se falavam e passavam o tempo sempre a fumar", começou por referir a coordenadora. Mas, a conjugação dos elementos apresentados pelo estagiário a Alexandra Nobre, transportou-os a mais uma nova ideia: a construção de um relógio de sol no jardim. Os utentes terão aceite o desafio com facilidade, construíram um relógio de sol com cimento e desde então "falam uns com os outros, estão sempre a melhorar, a fazer planos e medições", contou.

Exemplos positivos de um projecto que foi considerado “inovador” e “com visão de futuro” e teve grande impacto na International Conference on Learning in Later Life, organizada este ano pela rede europeia de educação ao longo da vida ForAge e pela Associação para a Educação e Envelhecimento do Reino Unido, com apoio da Sociedade Britânica de Gerontologia.


Para além destas instituições, o STOL trabalha também com estabelecimentos de ensino (de todos os níveis), associações culturais-cívicas, autarquias e empresas. Durante o crescimento deste projecto foram estabelecidas parcerias, prestados serviços e desenvolvidos projectos envolvendo mais de 50 instituições públicas e privadas entre escolas, bibliotecas, museus, núcleos associativos e centros Ciência-Viva.


Este ano lectivo, o STOL está com quatro projectos em quatro instituições distintas da região minhota.

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