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Elsa Moura

Regional 20.03.2021 07H00

Aposta num porto boutique em Viana ajudará à atração de novos turistas

Escrito por Elsa Moura
Num webinar promovido pela CIM Alto Minho e que envolveu responsáveis das duas margens do rio Minho ficou patente a importância de fortalecer relações nas duas regiões para que se transformem num só destino náutico, aproveitando diferentes potencialidades.

Aliar um porto boutique à inovação e sustentabilidade, promovendo o Alto Minho e a Galiza como um só destino náutico vai ajudar a atrair novos públicos e novas empresas para a região. É uma das conclusões do webinar "Inovação na Indústria Náutica do Alto Minho", promovido esta semana pela Comunidade Intermunicipal e que juntou responsáveis de várias entidades ligadas ao setor das duas margens do rio Minho.


A região quer fortalecer a aposta na náutica, fixando e atraindo novas empresas que venham alavancar o desenvolvimento da economia. É uma questão de aproveitar os recursos existentes na região, disse o presidente da CIM Alto Minho, José Maria Costa.

"O porto de Viana do Castelo e a comunidade portuária têm um papel importante na relação entre o porto, a cidade e a região", explica, destacando o desenvolvimento de inovação, nomeadamente na náutica de recreio ou na inovação no setor da pesca. As plataformas flutuantes para energia eólica serão em breve reforçadas, segundo foi possível perceber no decorrer deste webinar.


O presidente da associação refere que é preciso desenvolver áreas, "sobretudo de desenvolvimento de materiais", onde os operadores turísticos devem ser chamados a participar.

Em Viana do Castelo, a Nelo, fabricante de canoas, está agora a desenvolver outras áreas, para lá da canoagem, explicou.


Luis Paz Silva, presidente da Comunidade Portuária de Viana do Castelo, disse neste webinar que o porto de Viana será mais forte quanto mais áreas de negócio conseguir cobrir. "O porto está equipado para a náutica de recreio, mas tem havido investimentos na área dos cruzeiros. Há oportunidade. No outro lado da fronteira há o porto boutique que tem um cliente alvo específico, os turistas que não querem turismo de massas e procuram uma outra experiência. Estes portos são servidos de navios de cerca de 100 metros, com capacidade para pouco mais de 200 turistas. "É um conceito interessante que pode trazer oportunidade não só para o porto", alertou.


Sugerindo que a procura por cruzeiros está a crescer e assim que a situação pandémica normalize, "a procura vai ser brutal", afirmou que "o conceito de porto boutique vai desenvolver-se". "Quando pensamos em toda a riqueza que Viana pode crescer (...) sendo feito o trabalho de base com a promoção certa, estamos convencidos de que pode haver uma oportunidade", notou. Com escalas de dez a doze horas, a ideia passa por atrair estes turistas para visitas futuras mais prolongadas na região.


"Viana tem muito a crescer na náutica de recreio - Joaquim Gonçalves"

Joaquim Gonçalves, administrador do porto de Viana do Castelo, adiantou que este porto natural "tem grandes oportunidades na área da náutica de recreio", além da indústria naval, reunindo condições para "uma aposta fortalecida na inovação". O responsável assumiu que melhorando as infraestruturas locais podem surgir ofertas de qualidade, apontando sobretudo a parcerias com o setor privado que ajudem a alavancar o setor.

"É um primeiro porto que pode gerar uma oferta aos clientes que passam na proximidade", notou. Com uma história ligada à manutenção e construção de embarcações, Joaquim Gonçalves considera que este porto pode, por aí, "oferecer melhores serviços".


Alain Afonso, diretor geral da Brunswick Marine, por seu turno, revelou que só em 2021 o plano de produção é de 2.600 embarcações de recreio, tornando-se assim um dos maiores produtores da Europa, a partir de Vila Nova de Cerveira, graças à proximidade aos portos de Viana, Leixões e Vigo. 

Em constante inovação, a fábrica está agora em conversações com a UMinho, mas já se aliou a outras estruturas científicas, nomeadamento o IPVC, tendo em vista uma produção através de materiais cada vez mais sustentáveis. Num crescimento contínuo, a expetativa é chegar à construção de 4 mil barcos por ano entre 2023 e 2024.

O diretor geral da Brunswick Marine revelou também que "a inovação tem sido essencial para oferecer todos os anos dois a três novos modelos", além de alterar os processos produtivos e de entrega.


"Alto Minho e Galiza como um só destino náutico"

Manuel Soliño, presidente da Associação Galega de Atividades Náuticas, defendeu uma colaboração cada vez maior com o Alto Minho. Apostados na inovação e na diversificação da oferta náutica, sugeriu um protocolo de colaboração entre as partes para vender as duas regiões como um só destino de turismo náutico.


Manuel Soliño, destacou as potencialidades da região e a estratégia tendo em vista o destino náutico, não só com a aquisição de novos equipamentos e produtos. A promoção junto de diferentes operadores "é essencial, nomeadamente apresentando novas rotas náuticas através de diferentes empresas das regiões do Alto Minho e da Galiza", argumentou.


Dar notoriedade ao Rio Minho é outra das preocupações assumidas pelos convidados de painel.


O Alto Minho e a Galiza pretendem aprofundar relações tendo em vista a promoção internacional como destino turístico. Ora, o presidente da CIM Alto Minho, José Maria Costa, assumiu que a colaboração entre as diferentes regiões importa e está em curso, sobretudo através do Eixo Atlântico.


Nesta matéria, o administrador dos portos do Douro, Leixões e Viana do Castelo assumiu também que seria benéfico para o Alto Minho aproveitar as potencialidades e a experiência maior da Galiza.

Também Luis Paz Silva, presidente da comunidade portuária de Viana do Castelo reconhece que se impõe, precisamente, um acordo de cooperação. Alain Afonso, diretor geral da Brunswick Marine acredita ainda que um reforço da cooperação entre as regiões será determinante.


PODE VER OU REVER O WEBINAR AQUI

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