Regional 14.08.2020 08H00
Bracarenses dizem "sim" às férias. Orçamentos vão dos 200 aos 3 mil euros
A Universitária andou pelas ruas da cidade de Braga para perceber quais os planos para estas férias em tempos de pandemia.
A pandemia de Covid-19 não vai impedir o descanso dos bracarenses fora de casa. A maioria confessa que vai para fora cá dentro. A RUM foi perceber, junto da população local, quais os planos e roteiros dos bracarenses para estas férias atípicas.
De norte a sul, os planos levam-nos a sítios tão distintos como Açores, Bragança, Guimarães, Trás-os-Montes e Gerês. Contudo, há também quem tenha mantido os planos anteriores ao surto de Covid-19 e esteja a preparar tudo para rumar a Malta, por exemplo. Os mais corajosos também não têm receios em viajar até até Marrocos.
Todavia, muitos bracarenses confessam não possuir poder económico para fugir do stress e usufruir de férias, este ano.
"Não vamos mudar a nossa forma de consumir"
Estes são os últimos dias de Nélson da Conceição na cidade de Braga. O jovem, natural de Leiria, visitou o Gerês. Acompanhado de Andreia Macedo, o casal, procura locais mais tranquilos. "Evitamos as praias e as piscinas municipais", refere.
Neste momento estão a preparar duas viagens. Uma para Malta e outra para Marrocos. Para Nélson, a pandemia tem de ser encarada com "optimismo", e garante mesmo que não vai mudar a sua forma de consumir. Para estas férias vão optar por ficar em casas de amigos, de modo a reduzir os contactos. No total estimam gastar mais de 800 euros.
Casamento e férias ficam adiadas para 2021
Desempregada, Cláudia Carvalho vai adiar as férias, visto que a pandemia também acabou por impor uma nova data para o seu casamento. Este ano, vai aproveitar para fazer caminhadas, estar com a família e ir às praias da Apúlia e Póvoa de Varzim, pois é aqui que se sente "segura".
Estes dias de descanso serão vividos em alojamentos locais, de modo a ter uma "experiência mais enriquecedora". Os gastos, assume, não devem chegar aos 200 euros.
Em 2020, o sul foi substituído pelo Minho.
Rita Couto chega da cidade invicta para dois dias em Bracara Augusta e em Guimarães. O plano inicial era partir em direcção ao Algarve, mas devido à pandemia elegeu o Minho e as ilhas. "Já tínhamos comprado a viagem no ano passado. Fiz o teste 48 horas antes e correu tudo bem. Acho que este é o momento ideal para conhecer. Tenho visitado alguns espaços mais turísticos e não tenho encontrado confusão. É óptimo para tirar fotografias", adianta.
Na região minhota, o objectivo é relaxar e conhecer. Máscara, gel desinfectante e procurar hotéis com selo "Clean and Safe" são outras das alterações à normalidade. Em princípio espera gastar menos de 600 euros.
Gastar o mesmo cá dentro e em turismo rural.
O vírus SARS-COV-2 obrigou Valdemar Ferreira a desistir das suas habituais férias além fronteiras. Amante de turismo rural, este ano, as viagens foram pelas "belas paisagens" do nordeste transmontano. Em deslocações, habitações para quatro pessoas e refeições estima ter despendido entre dois a três mil euros.
"Não senti uma diminuição dos preços, até acabei por gastar mais. Normalmente quando viajo vou sempre com tudo incluído. Aqui fomos à nossa vontade. Todos os dias almoçamos e jantamos em sítios diferentes", relata.
"Não somos livres de ir para onde queremos".
Maria José Vieira trocou as praias do Algarve pela montanha de Trás-os-Montes, visto que não se sente segura em seguir para o sul do país. Uma experiência diferente imposta pela pandemia. Contudo, segue com expectativas altas.
Devido à incerteza do futuro adianta que não pretende gastar fortunas, logo os mil euros de outrora vão dar origem a um orçamento mais modesto de "400 euros".
Outra das diferenças deste ano recai sobre o facto de não contar com a presença da família que está no estrangeiro, em França. "Têm medo de ficar presos em Portugal e não conseguirem regressar", confessa.