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Pedro Magalhães

Regional 16.04.2021 12H21

Câmara de Braga recusa suspender discussão sobre habitações em Ferreiros

Escrito por Pedro Magalhães
Uma comissão informal de moradores da freguesia está contra a construção de habitações de cariz social na rua Edgardo Malheiro.
Declarações do morador José Silva e da vereadora Olga Pereira

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A Câmara Municipal de Braga diz que "não pode suspender a discussão" sobre a estratégia local de habitação prevista para o município, dentro da qual está identificada a construção de 38 habitações de cariz social na freguesia de Ferreiros e que motivou um abaixo-assinado por parte da população.


O abaixo-assinado, que já conta com centenas de assinaturas, nasceu da iniciativa de uma comissão informal de moradores da freguesia, que quer evitar a construção de habitações de cariz social na rua Edgardo Malheiro.


À RUM, um dos subscritores, José Silva, refere que os moradores têm "receio do impacto" que a chegada de "200 ou 300 pessoas" podem vir a ter naquela que apelida ser uma "comunidade com pessoas honestas e trabalhadoras".


"Estamos numa zona periférica e o presidente da Câmara quer integrar aqui estas pessoas que deviam estar dispersas pela cidade, [em consonância] com as políticas que têm sido privilegiadas nos últimos 20 anos", assinala o morador, acrescentando que "a segregação destes grupos de pessoas carenciadas não têm resultado".


Garantindo que o que está em causa "não é uma guerra de ricos contra pobres", José Silva diz que os moradores não querem fazer parte de "uma experiência social e política" e pedem a suspensão do ponto da ordem de trabalhos relativo à estratégia local de habitação que vai ser votado na segunda-feira na reunião de Câmara.


A RUM contactou a vereadora da habitação na autarquia bracarense, Olga Pereira, que recusa a sugestão dos moradores, esclarecendo que a aprovação da estratégia global de habitação "é um instrumento necessário para negociar linhas de financiamento que não se limitam a este imóvel [de Ferreiros]" e que, no total do território concelhio, existem "780 famílias que esperam uma resposta".


"Não estamos a falar só destas 38 habitações. Não podemos suspender a discussão quando sabemos, por declarações públicas da secretária de Estado de Habitação, que quem chegar primeiro [dentro dos municípios do país] com os respetivos planos de habitação pode ter um financiamento a 100%", explica a autarca.


Olga Pereira revela ainda que o previsto para a zona de Ferreiros são habitações de "tipologias T1 a T4, de dimensões variadas" destinadas "a famílias da freguesia e das freguesias limítrofes".

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