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Pedro Magalhães

Regional 11.06.2021 16H17

CIM Cávado quer maior autonomia para gerir fundos comunitários dos próximos dez anos

Escrito por Pedro Magalhães
A estrutura apresentou esta manhã, no Altice Forum Braga, a estratégia 'Cávado 2030', que aponta ao desenvolvimento da região para os próximos dez anos.
Declarações de António Figueiredo, António Cunha e Ricardo Rio

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A Comunidade Intermunicipal (CIM) do Cávado quer ter maior autonomia sobre as políticas e a aplicação de verbas comunitárias no seu território.


A estrutura, composta pelos municípios de Braga, Barcelos, Esposende, Vila Verde, Amares e Terras de Bouro, apresentou esta manhã, no Altice Forum Braga, a estratégia 'Cávado 2030', que aponta ao desenvolvimento da região para os próximos dez anos, inserido no próximo período de programação dos Fundos Europeus Estruturais de Investimento 2021-2027 e no Plano de Recuperação e Resiliência.


O documento inclui os aspetos da inovação, transição energética e climática, cultura, turismo e coesão territorial como alguns dos principais eixos de crescimento, apontando-se, no caso da coesão territorial, à importância de a própria CIM ter maior controlo sobre as políticas e as verbas aplicadas no território.


"Só há territorialização efetiva das políticas públicas quando o território intervém com as suas próprias estratégias", disse na apresentação pública António Figueiredo, da Quaternaire Portugal, consultora que coordenou a execução do documento, avisando que "não se pode pensar o país apenas a partir da capital".


Acrescentando que é necessário "pensar o país a partir das CIM", o coordenador do documento defendeu que o "desafio" da territorialização é "bem mais importante" do que discutir "questões constitucionais, de regionalização".


António Figueiredo assinalou que outro dos objetivos da próxima década na região é equilibrar as diferentes características de cada concelho da CIM Cávado, as quais se acentuaram "nos últimos 20 anos", como a "singularidade urbana e ambiental de Esposende, que vai atrair investimento", a "diversidade industrial e patrimonial de Barcelos, fundamental para a resiliência", a "pujança da aglomeração de Braga", os "ativos naturais de Amares e Vila Verde", e a "a valorização da singularidade ambiental associada a Terras de Bouro".



Ricardo Rio diz que CIM tem de aproveitar "oportunidades de investimento de muitos milhões"

O presidente da CIM Cávado e autarca de Braga, Ricardo Rio, interveio antes da apresentação pública do documento, destacando que o desenvolvimento da região intermunicipal terá "oportunidades de financiamento" de "muitos milhões".


"As oportunidades de financiamento que irão surgir ao longo dos próximos anos serão substanciais ao juntar o final do actual quadro de financiamento com o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) e com o novo quadro comunitário”, assinalou, recordando que, em causa, estão "muitos milhões de euros que estarão disponíveis para apoiar as opções de desenvolvimento deste e de todos os outros territórios”.



Presidente da CCDR Norte avisa para os salários que "não são consentâneos com a riqueza produzida"

O presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento do Norte (CCDR Norte), António Cunha, também marcou presença na sessão. O responsável recordou que a região do Cávado, entre 2013 e 2019, registou um crescimento médio económico de 3,7%, acima dos 2,7 do Norte, dos 2,2% de Portugal e dos 2,1% da União Europeia, mas avisou para os baixos salários praticados.


O antigo reitor da Universidade do Minho alertou que "os salários e os rendimentos per capita não são consentâneos com a riqueza produzida", apontando que o problema é "estrutural de uma subregião" que depende dos setores "agrícola, industrial e dos serviços".


O responsável vincou também que a pandemia da Covid-19 causa "incerteza" para o "futuro mas também para o presente", assinalando que a CCDR Norte está à procura que "o próximo quadro comunitário de apoio - Portugal 2030 - não tenha a rigidez do atual" e que permita "modelos de decisão muito mais ágeis, com capacidade de autonomia de decisão".

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