Academia 04.08.2022 21H00
Dentro de 5 anos, será possível identificar mais de três quartos das malformações no útero
Convicção é do presidente da Escola de Medicina da Universidade do Minho, Jorge Correia Pinto. No próximo ano, a unidade orgânica está a prever um número "recorde" de participantes em cursos de curta duração e especialização.
O presidente da Escola de Medicina da Universidade do Minho acredita que dentro de cinco ano seja possível identificar um maior número de malformações congénitas numa fase pré-natal.
Em entrevista ao UMinho I&D, Jorge Correia Pinto refere que atualmente já é possível identificar três quartos das malformações. Um recém-nascido pode apresentar malformações em vários órgãos e sistemas que constituem o seu organismo, contudo, no caso da Cirurgia Pediátrica, que Jorge Correia Pinto dirige, trata apenas as malformações ao nível do tubo digestivo, trato urinário e sistema pulmonar.
Ao longo dos últimos anos, o ICVS - Instituto de Investigação em Ciências da Vida e Saúde - tem dado um contribuído importante ao Hospital de Braga em termos de equipamentos, técnicas, dispositivos e formação de profissionais.
Aos microfones da RUM, o presidente da Escola de Medicina anuncia que 2023 "vai ser, provavelmente, o ano recorde em número de eventos" de treino em técnicas menos invasivas. Tratam-se de formações curtas, intensivas e práticas em praticamente todas as áreas. Este ano, uma das novidades será o curso em cirurgia cardiotorácica. Uma forma de dar "confiança" aos profissionais que muitas vezes têm os equipamentos, mas não o conhecimento para os utilizar.
Questionado pela RUM sobre a percentagem de participantes estrangeiros nestas formações, o responsável revela que no caso dos cursos mais avançados "quase 100% dos participantes são internacionais", um dos exemplos é o curso em cirurgia endoscópica fetal e neonatal. No caso das formações consideradas mais básicas, estas são mais procuradas por profissionais nacionais e jovens.
iSurgical3D está a trabalhar em próteses biodegradáveis.
Neste momento é apenas um "objetivo de investigação", mas Jorge Correia Pinto diz em entrevista ao UMinho I&D que estes passos serão dados no futuro. Apesar da evolução no setor da saúde, as próteses no geral continuam a ser feitas de titânio, um material biologicamente inerte, mas não biodegradável o que faz com que passado entre três a cinco anos o paciente tenha de ser novamente submetido a uma cirurgia para retirar a mesma. "Faz sentido encontrar uma solução para reabsorção", conclui.
Jorge Correia Pinto é um dos sócios fundadores da iSurgical3D que, em 2009, venceu o Prémio de Empreendedorismo Start. Esta spin-off da UMinho permite fazer próteses cirúrgicas personalizadas para correção de uma deformidade conhecida como “peito escavado”.