Regional 21.01.2021 18H03
Diretores dos Agrupamentos de Escolas de Braga apanhados de surpresa
Governo anunciou uma pausa letiva de duas semanas sem possibilidade de ensino à distância. Escolas aguardam orientações da tutela.
O Governo anunciou o encerramento de todos os estabelecimentos de ensino a partir desta sexta-feira e pelo período de 15 dias. O primeiro-ministro adiantou também que as escolas não terão ensino à distância. O Governo optou por uma interrupção letiva que "será compensada [posteriormente] no calendário escolar”.
A RUM ouviu os responsáveis dos Agrupamentos de Escolas Alberto Sampaio, André Soares e Carlos Amarante sobre esta decisão. A Universitária tentou contactar o diretor do Agrupamento D. Maria II, mas até ao momento sem sucesso.
Ano letivo pode estar comprometido.
A diretora do Agrupamento de Escolas André Soares, diz ter ficado "surpresa" com a decisão do executivo central. Na opinião de Maria Graça Moura, se esta interrupção for apenas de 15 dias "a solução não será negativa" porque acredita que os estudantes terão o "ensino presencial na hora certa". Caso esta pausa seja alargada, a responsável não tem dúvidas que "este ano letivo ficará comprometido".
No conjunto, apenas duas turmas estiveram em isolamento profilático. Foram também registados dois casos positivos em assistentes operacionais. A diretora destaca o acompanhamento permanente da saúde pública no rastreio de contactos.
"Se a interrupção for de curta duração não haverá problema", João Andrade.
Para o diretor do Agrupamento de Escolas Alberto Sampaio, a decisão do Governo vai interferir com as rotinas de aprendizagem dos alunos, contudo entende que a gravidade da situação epidemiológica no país obrigue a esta ação. "Veria com menos bons olhos se passados 15 dias tivéssemos de arrancar com o ensino à distância, mas quero acreditar que não será essa a intenção da tutela", afirma.
João Andrade defende que o ideal teria sido o encerramento das atividades letivas presenciais para estudantes a partir do 7º ano, inclusive.
O diretor aguarda por orientações escritas da parte da tutela, nomeadamente pormenores de operacionalização das escolas ligados, a título de exemplo, às refeições e escolas de referência. "Estamos a tentar antecipar o que pode acontecer porque amanhã podemos ter filhos de profissionais de saúde que precisem de vir à escola. Hoje mesmo vamos enviar um email a todos os encarregados de educação", explica.
"Estamos a chegar a situações em que não temos condições para ter as escolas abertas", Hortense Santos.
Atualmente, 25 turmas do Agrupamento de Escolas Carlos Amarante estão em isolamento profilático. A diretora realça que muitos estudantes, docentes e assistentes encontram-se em isolamento devido a casos positivos detetados no contexto familiar. Uma situação que descreve como "complicada", visto que o agrupamento está a caminhar para uma situação "em que não temos (no agrupamento) condições para ter as escolas abertas".
Hortense Santos garante que a posição do Governo não a apanhou de surpresa porque no ano transato as aulas estenderam-se até ao final de Junho. "São decisões que neste momento são necessárias", conclui.