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Vanessa Batista

Academia 06.08.2020 17H00

Spin-off UMinho tem soluções para travar atentados ambientais da indústria têxtil

Escrito por Vanessa Batista
Ecofoot consegue, em ambiente industrial, reduzir em 30% o consumo de água e energia. Tudo isto sem comprometer os lucros das empresas.

Foi desenvolvida na Universidade do Minho e está entre as primeiras 64 PME de 17 países da União Europeia eleitas para receber um total de 307 milhões de euros, de modo a contribuir para o Green Deal e para o Plano de Recuperação para a Europa. A Ecofoot nasceu, em 2012, como um projecto de investigação científica e desenvolvimento tecnológico. Um processo "penoso", segundo relata o fundador aos microfones do UM I&D


Jaime Rocha Gomes, investigador do Centro de Ciência e Tecnologia Têxtil (2C2T), explica que o estudo surgiu de uma ideia para melhorar a sustentabilidade do processo de tingimento na indústria têxtil. 


Os primeiros resultados da tecnologia “H2Color-Aux”, em laboratório, apontam para uma redução em 70% do consumo de água, em 60% da energia gasta e em 50% do tempo nas lavagens. Um grande contributo para uma das indústrias mais poluidoras do mundo.


Quanto aos resultados em ambiente industrial, são distintos mas igualmente inovadores. A Ecofoot avança com uma média anual de 30% de poupança de água e energia. Dados que foram obtidos em parceria com uma grande empresa a operar no sector. 


"É uma média satisfatória. Estes dados foram muito importantes, pois o custo da energia para estas empresas é muito elevado. Além do mais, há um bónus, o tempo de lavagem é mais curto", anuncia. 




Produto já está a ser comercializado há um ano. 


A curto prazo, a Ecofoot vai produzir 24 toneladas do seu composto inovador para validação interna e validação da sua eficácia junto de duas tinturarias em Portugal e uma em Itália. 


A tecnologia H2Color-Aux consegue remover mais facilmente o excesso de corante aplicado, graças a uma camada polimérica que se forma entre o corante e a fibra e depois se decompõe, mantendo a cor intensa, uniforme e sólida à lavagem ou ao atrito, mesmo com um número menor de lavagens e a uma temperatura mais baixa.


De frisar que para extrair o corante do algodão, a H2Color-Aux só trabalha com este tecido, são necessárias várias lavagens, uma delas a 100 graus celsius e outras a 70. Podem ser precisas 10 lavagens. Uma t-shirt chega a necessitar de 100 a 150 litros de água. 


Ecofoot conta com um investimento de 1 milhão de euros. 




Fundador já está a trabalhar em novos projectos. 


Esta não é a primeira spin-off do professor catedrático do Departamento de Engenharia Têxtil da Escola de Engenharia da UMinho. Jaime Rocha Gomes fundou a Micropolis, com microcápsulas inovadoras para aplicações têxteis, e a Ecoticket, uma spin-off de acabamentos antimicrobianos e repelentes de insectos, entretanto rebatizada Repeltec.


No âmbito da Ecofoot estão a ser desenvolvidos dois novos produtos: o H2Color-Denim para os tecidos de ganga e o Eco-clean mais direccionado para o polyester. As metas passam pelo desenvolvimento e concretização da prova de conceito de ambos. 


Quanto à H2Color-Aux, Jaime Rocha Gomes refere que o foco está em optimizar a tecnologia e cativar mais empresas, visto que a Ecoffot está a viver das vendas que concretiza. 


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