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Liliana Oliveira

Regional 08.04.2020 20H32

Empresa de Famalicão vai produzir 300 zaragatoas por minuto e doá-las ao SNS

Escrito por Liliana Oliveira
Hidrofer investiu na transformação de maquinaria e abrandou produção de cotonetes para ajudar o país a combater a pandemia.
Carlos Alberto Silva, administrador da empresa, explica porque aceitou apelo do Governo

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Tem morada em Vila Nova de Famalicão a “única empresa do país” com a tecnologia necessária para fazer zaragatoas. Chama-se Hidrofer. O grupo é constituído por três empresas, duas delas já se preparam para responder ao apelo que chegou por parte do Governo. O objectivo passa por responder às necessidades imediatas do país para a realização de testes, essenciais para o combate à pandemia.


Motivado pelo dever cívico e moral, Carlos Alberto Silva, administrador do grupo, deu o ‘sim’ ao Estado central e adaptou maquinaria para abrandar a produção de cotonetes e iniciar o fabrico de zaragatoas. A decisão não trará qualquer lucro à empresa, já que o objectivo será “oferecer as zaragatoas ao Serviço Nacional de Saúde”.

Ainda que não tenham muita experiência, poderão partir de Famalicão, nomeadamente da freguesia de Carreira, várias unidades por dia. “Fazer 200 ou 300 por minuto não é para nós muito difícil”, adiantou à RUM o administrador.


Carlos Alberto Silva lembra que a medida implica prejuízo para a empresa, uma vez que a produção de cotonetes vai abrandar.

“Se somos os únicos, é necessário e está esgotado no mercado temos que dar uma ajuda”, afirmou o responsável.

Entretanto, a empresa já recebeu a visita de três ministros, que informaram o administrador de uma “linha” lançada pelo Governo que poderá ser uma ajuda no futuro. “Ao por uma parte da produção a fazer zaragatoas deixamos de fazer cotonetes e estamos a fazer horas extraordinárias, havendo um prejuízo para acudir a uma pandemia. Se for para um dia continuar, vamos ter que criar um sector só para isto e os equipamentos são caríssimos”, explicou Carlos Alberto Silva, admitindo que só com uma ajuda poderá avançar para um investimento, que poderá rondar os “dois milhões de euros”. Em causa estarão equipamentos, nomeadamente máquinas, cujo valor ascende às “centenas de milhares ou até milhões de euros”.


A empresa não estava preparada para fabricar zaragatoas, já que a produção se centra em outro tipo de materiais, como cotonetes. “É um processo muito complicado e o equipamento não estava preparado, por isso teve que haver um investimento de transformação e foi tudo alterado”, apontou. Das três fábricas, “pelo menos duas” estão envolvidas no fabrico das zaragatoas. As máquinas produzem “2.500 cotonetes por minuto”, uma delas foi “dispensada” e poderá chegar às centenas de zaragatoas por minuto. 


*c/ Pedro Manuel Magalhães

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