Um estudo conduzido por Sandra Cardoso, do doutoramento Agrichains das universidades do Minho (UMinho) e de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), venceu o prémio de Melhor Póster de Estudante no Congresso Mundial de Apicultura, o ‘Apimondia’, realizado este ano na Dinamarca. A investigação debruçou-se sobre um trabalho de sensibilização junto dos apicultores portugueses, o que permitiu transformar o própolis [uma substância resinosa que as abelhas coletam de exsudatos de plantas] outrora sem valor em Portugal, num dos motores de crescimento da apicultura nacional.

À RUM, a premiada, Sandra Cardoso, explica que o projeto deu os primeiros passos em 2012 com intuito de “incentivar os apicultores a apostarem na produção de própolis e não apenas na extração de mel”. O processo foi gradual e exigiu anos de “muito trabalho”, incluindo sensibilização, formação e investigação científica para perceber como explorar as potencialidades da substância resinosa.

O impacto é visível nos números. Desde 2012 até ao momento, Portugal passou de uma produção quase inexistente de própolis à criação de uma rede nacional com mais de 200 produtores e que exporta duas toneladas anuais para mercados como a Alemanha, Coreia do Sul e Croácia. O envolvimento direto com os apicultores foi a chave para o sucesso do setor. A investigadora destaca que “a ponte criada entre apicultores e empresas foi determinante”. “Esta distinção internacional reconhece também o trabalho de todos os apicultores e deve-se a muitos anos de trabalho”, reflete.

Com o prémio conquistado no ‘Apimondia’, Sandra Barbosa acredita que se abre uma nova fase de “apoio e inovação” para o setor. O reconhecimento internacional, afirma, “dá credibilidade”, reforçando o papel do própolis português como produto de excelência e sustentabilidade no mundo rural.   

*Escrito por Marta Ferreira e editado por Elsa Moura