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RAFAEL MARCHANTE
Redacção

Nacional 14.08.2020 10H47

Governo propõe proteção policial a três deputadas ameaçadas

Escrito por Redacção
PJ investiga ameaças a três deputadas e membros da SOS Racismo. 

O jornal Público avança hoje que o Governo ofereceu proteção policial especial a três deputadas - Joacine Katar Moreira (não inscrita), Mariana Mortágua e Beatriz Gomes Dias (BE) - que foram ameaçadas pela extrema-direita através de email dirigido à Associação SOS Racismo e às próprias.


O Bloco de Esquerda, em declarações ao mesmo jornal, não confirma nem desmente que as deputadas Mariana Mortágua e Beatriz Gomes Dias tenham recebido a oferta de protecção.


Quanto à deputada Joacine Katar Moreira, não reagiu às tentativas de contacto.


Duarte Cordeiro, secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, disse que qualquer esclarecimento será remetido para o Ministério da Administração Interna.


MINISTÉRIO PÚBLICO ABRE INQUÉRITO ÀS AMEAÇAS A DEPUTADAS E À SOS RACISMO

O Ministério Público instaurou um inquérito-crime na sequência de várias deputadas e a associação SOS Racismo terem recebido ameaças via e-mail e depois da autoproclamada "Nova Ordem de Avis - Resistência Nacional" ter feito uma vigília junto à associação.


Na quarta-feira o dirigente da SOS Racismo Mamadou Ba foi prestar declarações na Polícia Judiciária e confirmou ter recebido, juntamente com mais nove pessoas um correio eletrónico a estipular o prazo de 48 horas para abandonarem o país, senão corriam risco de vida.


As deputadas do Bloco de Esquerda (BE) Beatriz Dias e Mariana Mortágua disseram no mesmo dia que iam apresentar queixa ao MP na sequência de ameaças recebidas, confirmou à Lusa fonte do partido.


Além das duas deputadas do BE, foram também visados a deputada não inscrita (ex-Livre) Joacine Katar Moreira e Jonathan Costa, da Frente Unitária Anti-Fascista.


"Informamos que foi atribuído um prazo de 48 horas para os dirigentes antifascistas e antirracistas incluídos nesta lista, para rescindirem das suas funções políticas e deixarem o território português", lê-se no e-mail.

Na mensagem eletrónica refere-se que se o prazo for ultrapassado "medidas serão tomadas contra estes dirigentes e os seus familiares, de forma a garantir a segurança do povo português", e que "o mês de agosto será o mês do reerguer nacionalista".


Com data de 11 de Agosto, a mensagem foi enviada a partir de um endereço criado num site de e-mails temporários e é assinada por "Nova Ordem de Avis - Resistência Nacional", a mesma designação de um grupo que reclamou, na rede social Facebook, ter realizado, de cara tapada e tochas, uma "vigília em honra das forças de segurança" em frente às instalações da SOS Racismo, em Lisboa.


O Presidente da República recomendou aos democratas "tolerância zero" e "sensatez" para combater o racismo, ao comentar as ameaças de que foram alvo três deputadas e outros sete ativistas.

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