Cultura 26.10.2022 19H09
Guimarães Jazz concentra-se no CCVF com “ligeira mudança de paradigma”
A 31ª edição do evento conta com mais de uma dezena de espetáculos.
Archie Shepp é um dos destaques do Guimarães Jazz. A 31ª edição do festival, que decorre de 10 a 19 de novembro, maioritariamente no Centro Cultural Vila Flor (CCVF), prevê 12 espetáculos, além de jam sessions, no café-concerto do CCVF e na sede da associação cultural Convívio, e oficinas de jazz.
Aos 85 anos, o saxofonista Archie Shepp apresenta-se ao lado de Pierre François Blanchard, no piano, Michel Benita, no contrabaixo, e Marion Rampal, na voz. Ivo Martins, programador do festival, coloca este concerto, respeitando “quase um conceito de jazz de câmara”, no topo do cartaz, tendo em conta “o simbolismo e a figura que representa para o jazz” o músico norte-americano.
Este espetáculo, no dia 11, é o segundo da programação, após o da cantora Dianne Reeves, acompanhada de Edward Simon, no piano, Romero Lubambo, na guitarra, Reuben Rogers, no contrabaixo, e Terreon Gully, na bateria, que abre o festival.
Partindo do exemplo dos dois primeiros concertos, agendados para as 21h30, Ivo Martins destaca que um dos atrativos é o facto de haver um conjunto alargado de cantores, após “várias edições sem haver uma única voz”.
As performances de Benjamin e Anders Koppel, com Martins Andersen Trio, no dia 12, às 17h, David Murray Octet Revival, a 18, às 21h30, e Victor Garcia Group, a 19, às 17h, são outros dos pontos do cartaz.
Novas parcerias marcam 31ª edição do Guimarães Jazz
No que diz respeito às parcerias, destaque para o concerto que vai colocar em palco o guitarrista vimaranense Manuel de Oliveira, Jorge Pardo, na flauta e saxofone, Carles Benavent, no baixo elétrico, e a Orquestra de Guimarães. Este momento, marcado para dia 17, às 21h30, surge inserido no IMPACTA, programa de apoio da Câmara Municipal para atividades, criação, edição e circulação de projetos culturais.
Como habitual, a big band da Escola Superior de Música e Artes do Espetáculo é dirigida por um dos artistas do cartaz, neste caso pelo trompetista e compositor Victor Garcia. O resultado é apresentado a 13, às 17h. No mesmo dia, às 21h30, na blackbox do Centro Internacional das Artes José de Guimarães, Mané Fernandes apresenta ‘matriz_motriz’, projeto proposto pela associação Porta-Jazz.
Outra das parcerias que se mantém é com o coletivo portuense Sonoscopia. Neste contexto, a 16, às 21h30, atuam David Maranha e Will Guthrie. Uma das adições ao festival, em comparação com anos anteriores, trata-se da colaboração com o Centro de Estudos de Jazz da Universidade de Aveiro. O trio Themanus, formado por Afonso Silva, Eduardo Carneiro e Ricardo Alves, premiado no II Concurso Internacional de Jazz, dinamizado pela instituição de ensino superior, sobe ao palco no dia 15, às 21h30.
Uma das novidades é o espetáculo ‘Turiya: Honoring Alice Coltrane’, a 12, às 21h30, que vai adicionar as camadas da dança e da spoken word à dimensão musical. Olhando para o cartaz, com “a inclusão de vários tipos de expressão artística”, o programador admite que esta edição constituiu “uma ligeira mudança de paradigma”.
O Guimarães Jazz fecha com o concerto ‘Jazz in the Space Age’, no dia 19 às 21h30, numa homenagem ao disco homónimo de George Russel, com as presenças de Ethan Iverson, David Virelles e da Orquestra Jazz de Matosinhos.