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Fonte: Hospital de Braga
Tiago Barquinha

Regional 26.04.2022 16H57

Hospital de Braga registou uma centena de agressões a profissionais em 2021

Escrito por Tiago Barquinha
É o maior número em dez anos.
As declarações de Sílvia Oliveira, coordenadora do Gabinete do Risco, Higiene e Segurança no Trabalho.

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Foram contabilizados cerca de 100 casos de agressões físicas e verbais a profissionais de saúde do Hospital de Braga em 2021. É o maior valor dos últimos dez anos, de acordo com os dados apresentados pela coordenadora do Gabinete do Risco, Higiene e Segurança no Trabalho no programa ‘A Saúde Tem Voz’, emitido este domingo na RUM.


Apesar de se estar a verificar uma tendência crescente, Sílvia Oliveira considera, ainda assim, que há “uma subnotificação” do número de denúncias e que, por isso, é necessário estimular os profissionais de forma a que "relatem as situações”. 


A contabilização desses casos passa, em certa medida, pelo Gabinete do Risco, Higiene e Segurança no Trabalho. A coordenadora destaca a relevância dos “dados concretos” para “alertar os decisores”, assim como as forças de segurança.


“A notificação é uma salvaguarda. Uma troca de palavras menos agradável, uma ameaça, que, se calhar, até foi no calor do momento, pode levar um profissional a ficar com medo. Por exemplo, ter medo de ir para o carro sozinho porque não sabe se vai estar alguém à espera. Isso condiciona muito as pessoas”, exemplifica.


As agressões a profissionais de saúde são consideradas um crime público apenas nas unidades hospitalares tuteladas pelo Ministério da Saúde, por serem do domínio do Estado, onde está inserido o Hospital de Braga. Assim sendo, neste caso em concreto, não há necessidade de haver queixa por parte das vítimas.



"As pessoas, por vezes, não se sabem pôr do lado dos profissionais de saúde"


Sílvia Oliveira coordena o Gabinete do Risco, Higiene e Segurança no Trabalho do Hospital de Braga desde outubro do ano passado. Alertando para a complexidade das situações de violência, a enfermeira refere que há “uma linha que separa o que é aceitável do que não é”.


“Se um pai recebe a notícia de que o filho morreu e parte uma porta, acho que ninguém se vai preocupar com essa porta partida e vamos estar sensíveis àquela reação. Pode também haver um doente cujo estado de orientação é de confusão e agitação, devido ao estado clínico. Enquanto enfermeira, muita gente me chamou muitos nomes, levei apertões e pontapés. No entanto, nem sempre é assim e as pessoas, por vezes, não se sabem pôr do lado dos profissionais de saúde”, distingue.


No que diz respeito ao número total de episódios de violência no Hospital de Braga, envolvendo não só profissionais, mas também entre utentes e familiares, dos 417 relatados pelas equipas de segurança, dois terços aconteceram no serviço de urgências.



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