É mais um português à conquista do mundo. Francisco Carvalho parte em Abril de 2020 para os Estados Unidos, depois de ter conseguido uma bolsa Fulbright. Na bagagem leva os ensinamentos que adquiriu na Universidade do Minho, onde frequentou licenciatura em Biologia Aplicada e Mestrado em Ecologia. A trabalhar na sua tese de doutoramento, relacionada com o impacto de espécies invasores em processos chave dos ecossistemas e cenários de alterações climáticas, o investigador, com ADN minhoto, segue o sonho de estudar, durante seis meses, nos Estados Unidos da América.

Em solo americano, sob alçada da School of Aquatic and Fisheries Sciences, da Universidade de Washington, em Seattle, Francisco vai desenvolver trabalho de campo e de laboratório, aproveitando as duas invasões simultâneas de duas espécies diferentes: o lagostim-enferrujado (Rusty crayfish) e o achigã de boca pequena (Smalmouth bass), no John Day River.

“Os ecossistemas estão a ser invadidos por múltiplas espécies ao mesmo tempo. Queremos tentar perceber, ao nível da cadeia trófica, que influência é que algumas espécies podem desempenhar noutras. Este cenário permite-nos estudar algumas teorias desenvolvidas para os impactos de espécies invasoras de ecossistemas”, explicou à RUM. O investigador vai “recolher alguns destes animais e desenvolver experiências em laboratório, para perceber se as espécies se reconhecem uma à outra como predador e presa, uma vez que há algumas teorias de que há novas espécies a chegar e existe este comportamento inocente das espécies não reconhecerem o potencial perigo, quer de predador para a presa, ou vice-versa”. “Vamos ver o impacto nas espécies nativas e vamos tentar fazer trabalho de campo, que nos vai permitir validar as conclusões que tirarmos em laboratório”, acrescentou.

"É o concretizar de um sonho" 

Nos Estados Unidos, Francisco vai poder trabalhar com o professor Julian Olden, uma referência do estudante desde a licenciatura. Por isso mesmo, ainda que faltem alguns meses até à sua partida, as expectativas já estão elevadas. “Eu sei que na minha área os Estados Unidos têm uma forte componente de investigação. Ainda mais entusiasmado estou porque a pessoa com quem vou trabalhar é conceituada na área. É o concretizar de um sonho trabalhar com ele e na Universidade de Washington, que é uma das melhores universidades do país, sendo que a escola é também uma das mais conceituadas na área”, finalizou.

O investigador da UMinho parte em Abril de 2020 para os Estados Unidos, onde vai ficar até Outubro. Francisco Carvalho conseguiu uma bolsa Fullbright, uma parceria entre o governo americano e o português, através da FCT.