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Vanessa Batista

Academia 26.05.2022 19H15

Investigadoras do CBMA laureadas com prémio IACOBUS

Escrito por Vanessa Batista
Distinção é referente a um trabalho que usa pela primeira vez macroalgas do género Cystoseira para sintetizar nanopartículas de ouro.

Um grupo de quatro investigadoras do Centro de Biologia Molecular e Ambiental da Universidade do Minho foi galardoado com o prémio IACOBUS Papers. A distinção é referente a um trabalho que usa pela primeira vez macroalgas do género Cystoseira para sintetizar nanopartículas de ouro.


O trabalho da autoria de Andreia Gomes, Sofia Machado, Anabela Gonçalves e Luana Magalhães em parceria com cientistas da Universidade de Vigo e do Laboratório Ibérico de Nanotecnologia (INL) teve início há quatro ano, no âmbito de um projeto de mestrado. Entretanto, já foi publicado no “International Journal of Nanomedicine”.


Trata-se de uma solução amiga do ambiente com uma forte aposta na biossustentabilidade e que pode ajudar a cicatrizar feridas, visto que permite entregar de forma controlada medicamentos e ajuda a detetar a evolução de doenças ou a presença de poluentes no ambiente.


Esta publicação permitiu a candidatura ao Prémio IACOBUS Papers, um galardão que visa fomentar a cooperação transfronteiriça na pesquisa e na divulgação científica, atribuindo apoio financeiro para a publicação de artigos em revistas internacionais de referência, indexadas na base de dados da consultora Clarivate Analytics. Para Andreia Gomes, do Departamento de Biologia da ECUM, este prémio tem um “sabor especial”, principalmente porque é “o reconhecimento de um desafio” e pode servir de incentivo aos alunos. “Precisamos de mostrar aos nossos alunos, desde a licenciatura, que não precisamos de estar fora do país para demonstrar o nosso valor”, refere, acrescentando que em Portugal já existem recursos, capital humano e tecnologia que permitem trabalhos de investigação com mérito e de topo.


A investigação laureada usou extratos de duas espécies de Cystoseira, um tipo de algas castanhas presente na costa do Norte de Portugal e da Galiza. Assim, conseguiram evitar-se métodos de produção potencialmente danosos e a utilização de “ingredientes nocivos”, mantendo as caraterísticas desejáveis das nanopartículas e permitindo a exploração da sua promissora bioatividade. Andreia Gomes considera que “a continuação do trabalho é fundamental”, bem como a aposta em novas parcerias que possibilitem “explorar a biodiversidade do ambiente marinho” e, acima de tudo, “redescobrir o mar”, sobretudo perante o impacto das alterações climáticas.


As nanopartículas de ouro têm inúmeras aplicações biológicas, desde a deteção de biomarcadores de doenças cardíacas, cancros ou infeções, na terapia por hipertermia para destruir tumores, na entrega controlada de agentes terapêuticos, como sondas em imagiologia, e nos sensores de deteção de proteínas, poluentes ou outras moléculas.

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