ºC, Braga
Braga

Max º Min º

Guimarães

Max º Min º

Redacção

Nacional 28.10.2020 16H07

Lacerda Sales: "Estamos numa fase crítica"

Escrito por Redacção
Secretário de Estado da Saúde adiantou que o país vai receber um milhão de testes antigénio para rastrear o vírus.

O secretário de Estado da Saúde assumiu, esta quarta-feira, em conferência de imprensa que o país atravessa uma "fase crítica" na gestão da pandemia de covid-19, depois de um novo máximo diário de casos registado, com mais 24 mortes relacionadas com a Covid-19 e 3960 novos casos de infecção. 


A taxa de letalidade global por Covid-19 em Portugal é de 1,9%, avançou António Lacerda Sales. Já a taxa de letalidade acima dos 70 anos é de 10,8%.


"É preciso dar tempo à ciência para fazer o seu caminho", sob pena de "confundirmos mais do que clarificamos", disse ainda. António Lacerda Sales revelou, esta quarta-feira, que o país vai receber um milhão de testes antigénio para rastrear o vírus. Estes testes vão chegar a Portugal com recurso a um financiamento europeu através da Cruz Vermelha, de onde chegarão 500 mil testes, como já tinha sido revelado na passada sexta-feira pela ministra da Saúde, Marta Temido.

Estes testes estarão prontos a ser utilizados a partir do dia 9 de Novembro, sendo que a primeira tranche de testes, cerca de 100 mil, chegará ao país na primeira semana de Novembro.

A acompanhar o secretário de Estado na conferência de imprensa está o presidente do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge, Fernando de Almeida, que garantiu que o país está na vanguarda no que diz respeito à utilização destes testes, avançando ainda que foi feito um trabalho de acompanhar a testagem de vários outros países na Europa.


"Temos feito tudo aquilo que está ao nosso alcance para que possamos reforçar o SNS"


O secretário de Estado da saúde assegurou que o Governo está atento às preocupações levantadas pelo Centro Europeu de Doenças (ECDC, na sigla original), garantindo que está a ser feito um esforço para reforçar a capacidade do Sistema Nacional de Saúde.

“Acompanhamos as preocupações do ECDC, iguais a muitos países da Europa. Diria que temos feito tudo aquilo que está ao nosso alcance para que possamos reforçar o SNS e possamos reforçar aquilo que são os nossos serviços de saúde. Ao longo das últimas semanas, temos adoptado medidas reforçadas de controlo da pandemia. Continuaremos a fazê-lo, tendo de facto em conta aquilo que são as recomendações de todos os organismos nacionais e internacionais", explicou. 


"Plano outono-inverno será finalizado até ao final da semana"


Sobre um estudo que indica que a região Norte pode atingir os sete mil novos casos de contágio diários na próxima semana, presidente do Conselho Diretivo do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA), Fernando Almeida, admitiu não conhecer o estudo em causa, mas supõe que seja uma estimativa caso não sejam tomadas medidas de contenção da pandemia, o que está a ser feito.


O secretário de Estado da Saúde, António Lacerda Sales disse que o plano outono-inverno será finalizado até ao final da semana, mas na prática já estão implementadas várias medidas previstas: como o apoio dos privados e o reforço da vacinação contra a gripe.


"O importante é conter rapidamente os surtos que surjam em hospitais e centros de saúde"


"Necessitamos de reforçar as equipas de saúde pública com rastreadores, para interromper linhas de transmissão na comunidade", admitiu Lacerda Sales. Houve uma grande bolsa de recrutamento para estas funções, incluindo estudantes de enfermagem. Poderão efetuar estes inquéritos epidemiológicos e reforçar o SNS.

É um esforço colectivo que estamos a fazer" em parceria com as universidades, afirmou o secretário de Estado.


Lacerda Sales diz que está ainda em estudo uma estratégia que permita às autoridades de saúde tomar decisões.

Sobre os privados, o secretário de Estado diz que nada mudou - a estratégia é a mesma desde o início da pandemia, mas poderá ter de ser "reforçada".


Lacerda Sales assumiu ainda que é difícil saber se os profissionais de saúde infetados pelo novo coronavírus foram infetados no local de trabalho ou na comunidade. "Poderá haver um misto", admite.

"O importante é conter rapidamente os surtos que surjam em hospitais e centros de saúde", apontou.

Segundo Lacerda Sales, "não têm faltado recursos ao Estado português para usar no combate à pandemia".


Deixa-nos uma mensagem