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FOTO: FACEBOOK BOMBEIROS VOLUNTÁRIOS DE BRAGA
Elsa Moura

Regional 18.10.2021 08H44

Presidente dos BVB critica atraso da CMB no licenciamento para novo quartel

Escrito por Elsa Moura
Há seis anos António Ferreira e a sua equipa iniciaram um trabalho que colocava como objetivo primordial a construção de um novo quartel, em S. Paio D'Arcos. Construção deveria arrancar por estes dias, mas a Câmara de Braga ainda não emitiu a licença necessária.

O presidente dos Bombeiros Voluntários de Braga (BVB), António Ferreira, considera “incompreensível” o atraso da Câmara Municipal de Braga (CMB) na aprovação da construção do novo quartel. Em declarações à RUM admite que chegou ao “limite” depois de todos os avanços e recuos no processo que visa dar uma nova casa à corporação de voluntários instalada no centro da cidade, onde as condições continuam aquém das necessidades e dimensão da equipa.


Em março deste ano, por ocasião do aniversário da corporação, o presidente da autarquia, Ricardo Rio, prometeu uma “via verde” para o licenciamento” do projeto estimando o arranque da obra para o final do verão deste ano.


Em declarações à RUM, o responsável dos BVB não esconde o desânimo e desagrado com toda esta situação. “Não tenho boas notícias e tenho muita pena, começa a ser confrangedor falar sobre o novo quartel”, começa por dizer o presidente da associação humanitária. 

Recordando os objetivos assumidos de há seis anos a esta parte, quase todos cumpridos, entre eles a recuperação financeira da associação e a revitalização do corpo de bombeiros “cada vez mais instruído, muito melhor equipado, mais capaz e mais competente para o exercício das funções”, António Ferreiro admite estar "orgulhoso” do que foi conseguido, mas lamenta que continue a faltar o novo quartel que desde o início “encontrou muitas dificuldades”, nomeadamente o PDM de Braga ou problemas de loteamento. Passou, entretanto, por vários gabinetes governamentais e o presidente da associação humanitária refere que foi sempre um processo “muito escrutinado”.  

Sublinhando que a direção dos Bombeiros Voluntários “não está acima da lei”, aponta que o processo foi reconhecido de forma unânime pela Assembleia Municipal de Braga como de “relevante interesse público”. Também por essa razão, defende que o mesmo seja “considerado verdadeiramente prioritário e merecedor de mais atenção” com os técnicos intervenientes a serem “parte da solução” e não “parte do problema”. 

“Não vislumbro mesmo quando vamos ter a nossa licença de construção. Estou muito desiludido, muito desgastado e estou no meu limite. Admito todos os cenários. Nem eu nem os nossos bombeiros merecíamos estar a passar por isto”, desabafa.


Questionado sobre a sua eventual demissão, o presidente da associação humanitária dos Bombeiros Voluntários de Braga respondeu apenas que nunca será parte do problema, mas da solução.


Recorde-se que a construção do novo quartel resulta de um acordo com um privado que irá adquirir o atual quartel, no centro da cidade, tendo em vista a construção de uma unidade hoteleira. Em troca construirá, a suas expensas, o novo quartel dos Bombeiros Voluntários de Braga, em S. Paio D'Arcos. O presidente da Associação Humanitária recusa uma eventual desistência do privado fruto destes sucessivos atrasos. “Pode acontecer, mas nem quero acreditar que isso aconteça. Acreditávamos que podíamos começar as obras neste final de verão, mas tudo tem corrido mal. Este processo vai para lá do meu entendimento”, conclui.

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