Os trabalhadores da AGERE realizam esta quarta-feira um desfile reivindicativo até à Câmara Municipal de Braga. O plenário arranca às 08h00 e o desfile segue às 10h00 em direção aos Paços do Concelho para a entrega de uma resolução com reivindicações ao autarca bracarense, João Rodrigues.

“É incompreensível haver trabalhadores da AGERE a ganhar menos 100 euros do que na câmara”, afirmou Baltazar Gonçalves, do Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Administração Local e Regional (STAL). “Exigimos a aplicação do suplemento de insalubridade penosidade e risco e o cumprimento do acordo de empresa”, acrescentou.

O STAL pede à Câmara Municipal de Braga, que detém 51 por cento do capital da empresa, que intervenha junto da administração para desbloquear o impasse. O sindicato refere que desde abril tem reunido várias vezes por mês sem resultados e procura agora uma resposta do novo executivo. As reivindicações incluem a negociação e aplicação do suplemento de insalubridade, penosidade e risco, com valores entre 70 e 110 euros mensais. O sindicato reclama o reconhecimento das tabelas salariais da Administração Pública para os trabalhadores da autarquia em cedência de interesse público que na AGERE auferem menos 100 euros. “Nenhum trabalhador deve ficar prejudicado face à tabela remuneratória da função pública”, sublinhou Baltazar Gonçalves.

Há críticas à ausência de seguro de saúde quando existem empresas municipais que o garantem e exigência de respeito pelos direitos de atividade sindical. O STAL aponta melhorias por fazer em vários locais de trabalho e denuncia a existência de processos de avaliação em atraso que travam progressões e recursos. “Não se consegue resolver com esta administração este problema”, referiu o dirigente sindical.

O sindicato recorda que a AGERE apresentou em 2024 resultados acima de 5,8 milhões de euros e defende uma postura negocial séria com aplicação integral do acordo de empresa assinado em 2020. 

De acordo com Baltazar Gonçalves, o presidente da câmara de Braga já aceitou receber os trabalhadores da AGERE numa audiência, agendada para depois do desfile até à Praça do Município.