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Vanessa Batista

Academia 16.09.2021 21H00

UMinho desenvolve estudo pioneiro que pretende descobrir a origem da depressão

Escrito por Vanessa Batista
João Filipe Oliveira, do Instituto de Investigação em Ciências da Vida e Saúde (ICVS), foi o convidado desta quinta-feira do UMinho I&D. O projeto recebeu uma bolsa, no valor de 500 mil euros, para os próximos três anos pela Fundação La Caixa. 

Nos próximos três anos, o Instituto de Investigação em Ciências da Vida e Saúde da Universidade do Minho vai tentar descobrir a origem da depressão. O projeto, que foi galardoado em julho com uma bolsa de 500 mil euros no âmbito do “Concurso CaixaResearch de Investigação em Saúde 2021”, promovido pela Fundação La Caixa, está em destaque no UMinho I&D.


João Filipe Oliveira, responsável pelo trabalho, explica que a equipa está a estudar o papel das células da glia, mais concretamente, dos astrócitos. Os investigadores da UMinho descobriram, fruto de trabalhos anteriores, que ao afetar "uma função específica" destas células conseguem silenciar as mesmas e o cérebro, como um todo, fica "menos suscetível a ficar deprimido".


O responsável revela aos microfones da Universitária, que esta pode ser uma luz ao fundo do túnel, ou seja, pode ser o primeiro passo para tornar o cérebro "mais resiliente à depressão".


Numa primeira fase, a equipa vai estudar as células de forma independente. João Filipe Oliveira acredita que ao "perceber o diálogo entre as células do cérebro será possível perceber o que está a correr mal".


Numa fase posterior, a equipa irá medir a atividade de várias células, de modo a perceber que alterações quais as alterações que ocorrem nas mesmas. Trata-se de algo pioneiro, que vai permitir compreender melhor o funcionamento do cérebro como um todo, assim como se o comportamento destas células está relacionado com a patologia.


João Filipe Oliveira realça que há ainda pouco conhecimento sobre as doenças do foro psiquiátrico. A UMinho é, neste momento, pioneira no estudo destas células em particular neste contexto. A equipa pretende descobrir as vias envolvidas e que interferem no curso da doença. É ambição da equipa da UMinho, dentro de cinco anos, apresentar as descobertas que esperam ser felizes.


No final do projeto, o investigador espera ter já identificado e testado mediadores, quase como um estudo pré-clínico, para numa fase seguinte avançar com um estudo com o objetivo de chegar a um fármaco.

Recorde-se que a depressão é uma patologia que afeta mais de 300 milhões de pessoas em todo o mundo. 

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