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Pedro Andrade

Cultura 09.01.2018 17H26

60 residências artísticas depois, o gnration não abranda

Escrito por Pedro Andrade
O ciclo de residências artísticas do espaço cultural bracarense continua a ser uma das apostas para 2018.

A missão é bem conhecida: “através de uma estratégia sustentada e de permanente abertura à comunidade [o gnration] pretende afirmar-se como polo aglutinador de dinâmicas culturais e criativas, assumindo-se como um espaço orientado para a sensibilização e formação de novos públicos, expondo-os a práticas artísticas relevantes à luz de uma perspectiva contemporânea e cosmopolita”. Assim sendo, desde 2015, esse espaço “orientado para a promoção artística” já organizou mais de 60 residências artísticas nas áreas da música, dança, artes visuais e sonoras.


Uma aposta forte no apoio à criação e que já trouxe a Braga diversos artistas locais, nacionais e internacionais. Só este mês, os The Selva, trio português de improvisação, e o suíço Zimoun tornam o gnration no seu espaço de incubação artística. Para Luís Fernandes, programador do gnration, este calendário “ainda está em aberto” porque “o trabalho de criação obriga a uma certa plasticidade e alguma adaptação às necessidades e vontades dos artistas”. “Não sentimos a pressão do calendário porque, muitas vezes, estas residências não implicam uma apresentação pública imediata”, disse Luís Fernandes.



Porta aberta aos artistas locais


Pete Kember, Dirty Beaches, Sun Araw, Sensible Soccers, Ermo ou os HHY & The Macumbas são apenas alguns dos artistas que já passaram pelo gnration para criarem novos trabalhos. É aqui que entra o ciclo “Trabalho de Casa”, que tem apoiado com insistência a produção artística bracarense que culmina com a apresentação pública do trabalho desenvolvido ao longo da residência artística. “Queremos apoiar projectos que sejam válidos”, afirmou Luís Fernandes. Não só na música, mas também nas artes digitais ou media arts.


Três anos depois do início deste ciclo de trabalho, Luís Fernandes faz um “balanço positivo” do que foi feito, até porque a adesão dos artistas locais tem sido “constante”. “Hoje em dia, muitos artistas querem trabalhar connosco, o que poderá obrigar a aumentar o número de residências artísticas que promovemos”, explicou Luís Fernandes.



1ª residência artística do ano arrancou com trio português


Os The Selva, trio de improvisação que editou o álbum de estreia o ano passado, são os primeiros a entrarem na programação de residência artística proposta pelo gnration para este novo ano. Até ao final da semana vão estar a compor novo material que será apresentado ao público, em primeira-mão, na próxima sexta-feira, dia 12 de Janeiro. À RUM, um dos artistas, Ricardo Jacinto, elogiou o trabalho desenvolvido por este espaço bracarense e garantiu que é necessário “apoiar e desenvolver este tipo de iniciativas noutros pontos do país”. “Tem de ser uma prática comum”, garantiu.


No gnration é tudo pensado ao milímetro: estúdio de gravação, zona de ensaios e até local para os artistas pernoitarem, nada falta. “São poucos os espaços que estão preparados para receber os artistas e que proporcionam todas as condições aos artistas para dias ou semanas de trabalho”, disse Ricardo Jacinto.

Depois dos The Selva e de Zimoun, ainda no primeiro trimestre do ano, o gnration recebe os Dead Men Talking e os Bed Legs para o ciclo “Trabalho de Casa”. Até dezembro, muito mais está a ser preparado.


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