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Braga Fora do Armário
Elsa Moura

Regional 05.06.2019 13H01

Braga Fora do Armário não apoia EuroPride em Portugal

Escrito por Elsa Moura
Portugal candidatou-se para acolher o evento em 2022, mas vários colectivos não estão de acordo.
Pedro Godinho em declarações à RUM no programa Campus Verbal, esta terça-feira

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O colectivo Braga Fora do Armário não vai apoiar o EuroPride em 2022 a que Portugal se candidatou. É a maior celebração de orgulho gay na Europa, mas pela cidade dos arcebispos, o colectivo está decidido quanto à associação a este evento. Em causa o receio do fim destes colectivos tal como eles surgiram. 


A poucos dias da VII Marcha pelos direitos LGBT em Braga, Pedro Godinho, uma das vozes do colectivo é taxativo: "não temos nada contra eventos que dêm visibilidade. Há espaço e as pessoas identificam-se, mas o problema é a forma como tem sido feito e o que conhecemos lá de fora. Para onde o EuroPride entrou, uma das coisas que aconteceu foi deixar de existir movimento LGBT independente da forma que existia".


Pedro Godinho recorda que o sistema acaba por tornar os colectivos em algo que "não seja demasiado perigoso e reivindicativo" e dá o exemplo do Dia Internacional da Mulher, que começou pela luta pelos direitos das mulheres, mas que "hoje em dia se transformou num dia de tudo e mais alguma coisa, como promoções e jantares".


Por isso, o colectivo Braga Fora do Armário defende que Portugal "ainda tem muita coisa por resolver apesar de ter avançado em leis". 

O movimento alerta que o governo está "interessado em promover o turismo LGBT servindo associações comerciais". "Querem pôr este evento no mapa como um evento turístico, mas as marchas não podem ser eventos turísticos com tanto que ainda há para fazer. Têm de ser momentos de reivindicação e de luta, por isso o Braga Fora do Armário não vai apoiar", assegura.


Pelo país há mais colectivos que não concordam com o Europride e não vão integrar o evento caso o mesmo aconteça em Portugal dentro de três anos.


Candidatura partiu da Variações e conta com o apoio do governo português e da ILGA Portugal

A iniciativa nacional partiu da Variações -- Associação de Comércio e Turismo LGBTI de Portugal que, com o apoio do governo português e da associação ILGA Portugal, quer trazer para Portugal a organização do EuroPride em 2022. 


O documento final e o orçamento deverão ser entregues até Julho. O orçamento necessário ainda não está fechado, mas andará entre os 500 mil euros e os 1,5 milhões de euros, em que 75% do valor virá de patrocínios privados e os restantes 25% de fundos públicos, desde logo através de uma candidatura a uma linha de financiamento do Turismo de Portugal para grandes eventos.


Poucos meses depois, em Setembro, em Bilbao, Espanha, vai ser conhecida a candidatura vencedora, sendo que Portugal concorre com Barcelona, Espanha; Belgrado, Sérvia; e Maspalomas, Espanha.


O evento poderá mobilizar entre 500 mil a um milhão de pessoas, com um retorno financeiro esperado de 15 vezes mais o valor investido.




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