Ricardo Rio afirma que a Câmara Municipal de Braga (CMB) só estará disposta a ceder ao SCB o Estádio 1º de Maio para requalificação se os bracarenses, em referendo, autorizarem a colocação à venda do Estádio Municipal e se aparecer efectivamente um comprador. 

Em declarações à RUM depois do comunicado público do Sporting Clube de Braga esta segunda-feira, o presidente do município admite ter ficado "um pouco surpreendido" com o conteúdo concreto do comunicado do Sporting Clube de Braga, mas refere que a intenção de começar a preparar já a possibilidade de construção de um novo estádio com moldes mais específicos "só corrobora aquilo" que a actual gestão autárquica já tem dito sobre o estádio municipal construído a propósito do Euro 2004.

O autarca afirma que a CMB "só equacionará a utilização do Estádio 1º de Maio pelo SCB caso se verifique que em sede de referendo os bracarenses entenderem que a CMB deve vender o estádio, e depois de validada essa opção polítoca a câmara encontrar um comprador o adquira". Por isso, "caso nenhuma delas não se concretize essa é uma possibilidade que está fora de opção", acrescentou.

Já sobre a requalificação do 1º de Maio, Ricardo Rio lembra que "qualquer intervenção tem que em primeiro lugar salvar o património", ainda que isso não invalide "que o estádio possa ser reconfigurado e modernizado de maneira a corresponder às necessidades efectivas do clube e da população", solução que "devia ter sido pensada em 2004".

Questionado sobre as críticas levantadas por diversos cidadãos a propósito dos gastos "excessivos" do município com o actual estádio onde joga o SCB, Ricardo Rio começa por reafirmar que a CMB "não deixa de ter a intenção de garantir a sustentabilidade do Estádio 1º de Maio". "Nunca estará fora de causa, seja qual for o cenário, haver uma intervenção de alguns milhões de euros no estádio 1º de Maio, mas neste caso concreto, um projecto que a concretizar-se seria de facto de investimento privado", disse, referindo-se a uma putativa cedência ao SCB.

Já sobre o estádio municipal, Ricardo Rio refere que "como todos perceberam ao longo dos anos, foi porventura dos maiores erros alguma vez cometidos por uma gestão autárquica, não só em Braga mas até a nível internacional. Foi um verdadeiro esbanjamento de recursos para um activo que não tem um benefício que esse investimento deveria implicar", concluiu.