Desporto 19.09.2016 23H02
CMB pondera “doar” acções ao SCB
Proposta dos vereadores da oposição não foi colocada de parte pelo executivo liderado por Ricardo Rio que aguarda agora uma resposta dos serviços jurídicos para avançar com doação.
A Câmara Municipal de Braga poderá vir a doar as acções que detém na SAD do SCB ao próprio clube.
A hipótese surgiu esta segunda-feira por parte da oposição na Reunião de Câmara descentralizada que decorreu na junta de Freguesia de Penso S. Vicente. Os argumentos lançados de salvaguarda de interesse do clube foram de encontro ao próprio presidente Ricardo Rio.
Uma sugestão que contou com os votos favoráveis de todos, mas que fica suspensa até esta terça-feira para que seja possível averiguar, junto dos serviços jurídicos, a possibilidade legal desta decisão.
Recorde-se que em tempos o município comprou acções da SAD por um milhão de euros, mas nesta altura não valem mais de 200 mil euros. Agora que a autarquia decidiu colocá-las à venda, os vereadores dos partidos da oposição – PS e CDU – alertaram para os riscos associados à mesma.
Hugo Pires, vereador socialista, considera que esta hipótese apresentada não lesa a autarquia nem o clube que "representa muito mais que os duzentos mil euros para a cidade de Braga". Referindo que o capital deve ser doado ao clube e aos sócios "para que se garanta sempre que o SCB é dos bracarenses e dos sócios". O vereador socialista alertou para o apetite financeiro de eventuais investidores que podem comprar as acções e tornar-se uma carga de trabalhos para o próprio clube não indo ao encontro do interesse do mesmo que pode não passar pela mera obtenção de lucros.
A mesma opinião tem o vereador da CDU, Carlos Almeida, que ainda assim alerta para a necessidade de salvaguardar os cofres municipais. Concordando com a possibilidade de garantir que o clube fique a deter a maior parte das acções da SAD, o vereador comunista sugere que a autarquia encete negociações com o clube: "ao fazer a doação, a câmara quer garantir os interesses do clube, por isso o clube tem que dar uma contrapartida à câmara, eventualmente negociar valores de subsídios de contrato programa", considerou.
O presidente da Câmara Municipal de Braga, Ricardo Rio, admitiu entender os pontos de vista dos vereadores da oposição. O autarca admitiu que os 200 mil euros são importantes para a câmara, mas considera que se trata de uma matéria que tem "um contraponto: nós salvaguardarmos o controlo accionista por parte do clube não deixa de ter um mérito importante para a cidade". Ainda assim, a possibilidade fica nas próximas horas a aguardar a resposta jurídica.
Caso a mesma não se verifique, segue para a frente a possibilidade avançada inicialmente pelo executivo municipal: A alienação da totalidade das participações sociais que o Município detém na SC Braga Futebol SAD deverão ser negociadas, nos moldes legais, na Bolsa de Valores com um prazo de 30 dias para a operação de venda e o valor mínimo de venda por acção de 1€.