Regional 10.02.2017 13H21
Juventude Cruz Vermelha de Braga quer quebrar preconceitos
A campanha chama-se "#EQuê?" e vai prolongar-se até ao final do mêsde Abril
A Juventude Cruz Vermelha de Braga quer continuar a desconstruir preconceitos. Para isso está a dinamizar uma campanha fotográfica online em que, todas as semanas, é colocada na página oficial do Facebook da associação, uma fotografia de um jovem com uma mensagem que desmistifica alguns estereótipos.
Intitulada “#EQuê?”, esta campanha quer combater o discurso de ódio. Tânia Gomes, coordenadora da Juventude Cruz Vermelha de Braga, disse à RUM que esta ideia surgiu numa “simples conversa de amigos” e que pretende envolver toda a comunidade para lutar contra os preconceitos comuns e estereótipos. “Todos nós, em alguma fase das nossas vidas, já fomos confrontados com o preconceito: porque sou muito alto, porque uso óculos ou porque me visto de alguma maneira”, explicou. E, por isso, o nome “#EQuê?”. Tânia Gomes disse que “não não há nenhum problema nisso e que não existem razões para tentar ser diferente daquilo que acho que faz sentido para mim”.
A primeira fotografia foi partilhada em Novembro do ano passado e a última será publicada no final do mês de Abril. Até agora, 14 fotografias já foram publicadas e partilhadas centenas de vezes para combater preconceitos. Por isso, até ao final de Abril, todas as pessoas “podem e devem” participar na campanha. Tânia Gomes garantiu que o processo de participação é simples: “basta que cada pessoa pense naquilo que sente ou que já sentiu em algum momento da sua vida e que define enquanto estereótipo, que escreva a frase numa folha branca A4, que tire uma foto com essa frase ao peito e que nos envie o retrato. Nós fazemos o resto”.
A campanha começou com alguns nomes bem conhecidos da cidade bracarense, como é o caso de Carlos Videira, antigo presidente da Associação Académica da Universidade do Minho (AAUM) ou de Humberto Gomes, guarda-redes do ABC/UMinho. “Começamos com rostos famosos para dar visibilidade à campanha mas a nossa experiência diz-nos que, muitas vezes, são as pessoas anónimas que têm frases poderosas e que alcançam muita gente”, garantiu Tânia Gomes.
Os testemunhos até agora partilhados são bem distintos. Ainda assim, Luís Saldanha, da Juventude Cruz Vermelha de Braga, não pode deixar de destacar a participação de Rolanda, uma jovem com Trissomia 21 que tem uma loja de doces no centro da cidade de Braga. “A foto teve um alcance enorme e foi até partilhada por algumas associações de Trissomia 21 do Brasil que adaptaram o nosso mote para “E Daí?”. Estamos muito satisfeitos com os resultados que estamos a obter”, disse. Mas lembrou: “todas as fotos são importantes e têm muito valor neste trabalho de desconstrução de preconceitos”.
Com cerca de 2 meses de campanha pela frente, os promotores da “#EQuê?” não querem ficar pelo universo digital. Tânia Gomes explicou à RUM que existe a vontade de compilar todas as participações numa exposição que “sirva para posteriormente avançar com a realização de alguns debates com jovens sobre a temática da discriminação”. Por enquanto, todas as fotos podem ser vistas aqui.