Sentar no café concerto do Centro Cultural Vila Flor, em Guimarães, na noite de quinta-feira, para ouvir dois investigadores a falar de motores biológicos e casas de emergência. A última edição do PubhD UMinho deste ano discute a biologia e a arquitectura, naquilo que se pretende que seja uma “conversa informal”, revela Daniel Ribeiro, da organização. Conversa descontráida, divertida, mas às vezes séria. Daniel Félix é aluno de doutoramento na Universidade Lusíada, e há anos que centra a sua investigação em território, arquitectura e design. Espera desenvolver novas metodologias para conseguir abrigos de emergência, “confortáveis, com privacidade e segurança, para ajudar vítimas de conflitos de guerra, incêndios e terramotos".

Da Universidade de Friburgo, na Alemanha, Nuno Machado vem para explicar o tema de estudo do seu doutoramento, dedicado às arqueias, organismos microscópicos que, tal como as bactérias, se pensa estarem na origem de células mais complexas. Daniel Ribeiro analisa a investigação de Nuno Machado como uma tentativa de “perceber as diferenças entre arqueias e bactérias para decifrar o mistério do início da vida, nas suas formas mais complexas”. Embora ambas possuam flagelos – uma hélice cujo “motor” é construído por proteínas – a estrutura nas arqueias é mais sofisticada.

Motores biológicos e casas de emergência são dois temas entre as dezenas de assuntos abordados durante os  dois anos de PubhD UMinho. Em 22 edições, entre a história do planeta terra e doenças mentais, mais de 40 investigadores já foram a vários bares do distrito de Braga para brindarem à ciência. No início do movimento de divulgação de ciência “não foi fácl conseguir participantes, mas agora já temos a agenda preenchida até meio do próximo ano”, revela, Daniel Ribeiro, convicto que a iniciativa vai continuar a crescer.

O PubhD UMinho é organizado pelo STOL (Science Through Our Lives), desde Janeiro de 2016, em Braga e Guimarães. Em Janeiro de 2018, a iniciativa comemora dois anos de existência. Daniel Ribeiro garante que vai haver “uma sessão especial”, à imagem do que aconteceu no primeiro aniversário.