Academia 06.11.2025 19H14
UMinho. EAAD completa 29 anos com cerimónia dedicada à renovação
Ao fim de quase três decadas de existência, a a Escola de Arquitetura, Arte e Design da UMinho contratou, pela primeira vez, o primeiro investigador de carreira, situação que coloca em destaque a urgência de rejuvenescimento do corpo docente.
A Escola de Arquitetura, Arte e Design (EAAD) celebrou o 29º aniversário, esta quarta-feira, no Auditório Nobre da UMinho no Campus de Azurém. Na cerimónia, dedicada à renovação, onde se sublinharam as conquistas da escola, a necessidade de rejuvenescimento do corpo docente foi o principal desafio levantado, também pela facto da escola só este ano, três decadas depois da sua criação, ter contratado o seu primeiro investigador de carreira. A cerimónia contou ainda com a conferência 'Pierre Jeanneret, no sopé dos Himalaias' conduzida pela antiga presidente e professora aposentada Maria Manuel Oliveira.
Segundo Paulo Cruz, presidente da EAAD, atualmente, "mais de metade dos docentes de carreira" da escola estão próximos da idade da reforma. Na opinião do docente, a dificuldade de contratar pessoal docente mais jovem, entre outros motivos, também se prende ao processos de contratação exigentes, e muito diferentes daquilo que "eram há 20 ou 30 anos".
"A carreira é diferente. Na altura havia as posições de assistente estagiário e assistente, o que significava contratar pessoas de 23 anos. Hoje em dia, ao ter que ser já doutorado, faz com que esses mais jovens, que se contratam agora, muitas vezes tenham 40 e muitos anos de idade", diz. Atualmente, nenhum dos docentes da EAAD tem menos de 45 anos e 13% já ultrapassou os 60.
Mestrado em Ensino de Artes Visuais forma primeiros alunos este ano letivo
Ainda que atenta ao clima de "muita incerteza", a EAAD continua "focada na qualidade de ensino". Caso disso é a reformulação do mestrado integrado e do programa doutoral em arquitetura, a consolidação do mestrado em design de produto e serviço e do mestrado em ensino de artes visuais que, em conjunto com o Instituto de Educação, "formará este ano os seus primeiros alunos".
A par da vertente da extensão, onde Paulo Cruz destaca as parcerias com o Município de Guimarães, o Centro Internacional de Artes José de Guimarães e a Sociedade Martins Sarmento, a EAAD também tem apostado na investigação.
O Laboratório de Paisagens, Património e Território (Lab2PT), mais um ano, viu renovada a classificação de excelente pela FCT "precisamente pelas características” sublinha Rui Vieira de Castro, reitor da UMinho.
“E o que é interessante aqui em torno deste laboratório é que ele é compósito, no sentido que, para ele, fundamentalmente concorrem pessoas da Escola de Arquitetura e pessoas do Instituto de Ciências Sociais, designadamente da área da Arqueologia”, diz.
De acordo com o dirigente, a estrutura singular deste centro de investigação é uma mais-valia não só para a EAAD e para o ICS, mas para toda a academia minhota.
EAAD conquista outras áreas sem esquecer o projeto nuclear
Na opinião de Maria Manuel Oliveira, professora aposentada e presidente da EAAD, entre 2015 e 2018, "a escola tem vindo a fazer um trajeto muito interessante". De acordo com a docente, que começou a lecionar ainda o curso de arquitetura não estava "totalmente estruturado", grande parte do mérito da escola está na conquista de áreas "que não estavam propriamente previstas no projeto inicial”, sem abandonar aquilo que é o “coração da unidade, que é a arquitetura”.
"29 anos parecem uma eternidade, mas, por outro lado, também percebemos que não é tanto tempo quando é preciso construir coisas de raiz, sedimentar e ir trabalhando”, remata.
Atualmente, a EAAD possui mais de 600 estudantes, 30 professores de carreira, um investigador e oito técnicos, administrativos e de gestão. Tem múltiplos projetos nacionais e internacionais no ensino, investigação e interação com a sociedade nas áreas de Arquitetura, Design do Produto e Artes Visuais.