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Elsa Moura

Regional 04.02.2021 18H44

A pandemia e o apelo do diretor do serviço de oncologia do Hospital de Braga

Escrito por Elsa Moura
Unidade de saúde não atrasou consultas ou tratamentos, mas responsável assume que durante vários meses chegaram menos novos doentes ao hospital porque o medo provocado pela pandemia afastou as pessoas dos exames.
Rui Nabiço, Diretor do Serviço de Oncologia do Hospital de Braga em declarações à RUM no dia Mundial da luta contra o cancro 

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O Diretor do Serviço de Oncologia do Hospital de Braga apela à população que não desvalorize sinais e que procure um médico sempre que considerar importante. A prevenção evita mortes e um diagnóstico precoce de qualquer tipo de cancro pode salvar muitas vidas.

Com a pandemia, o Hospital de Braga adaptou-se, mas nunca atrasou processos essenciais no acompanhamento de doentes. No dia Mundial da Luta Contra o Cancro, o diretor do serviço, Rui Nabiço realça o impacto do diagnóstico precoce e identifica uma redução de novos doentes diagnosticados a dar entrada no Hospital face a anos anteriores.


Lembrando que a doença oncológica tem uma taxa de mortalidade em todos os doentes de 100% se não forem tratados, o diretor do serviço de oncologia do Hospital de Braga explica que os cidadãos não devem ter receio ou adiar exames e contactos com um médico por causa da pandemia. "Tomem consciência que devem fazer exames de rastreio, procurar o médico para realização de exames numa fase precoce da doença e não desvalorizem sinais indicativos de que possa haver complicações. Quanto mais precocemente conseguirmos diagnosticar, melhores resultados temos em termos absolutos", frisa.


O responsável assegura que nesta altura qualquer doente "é tratado da mesma maneira e com a máxima de segurança possível", mas os profissionais de saúde temem que o receio dos cidadãos resulte num atraso do diagnóstico e, por consequência, no aumento da taxa de mortalidade por doença oncológica" nos próximos anos.

No ano de 2020, o Hospital de Braga viu diminuir o afluxo de doentes oncológicos à unidade mas, nos últimos três meses, "já se nota novamente um aumento do número de doentes" encaminhados para o serviço de oncologia, explica.


"NÃO HÁ ATRASOS NAS CONSULTAS NEM NOS TRATAMENTOS"

Com a pandemia, o serviço adaptou-se, não só com a criação de circuitos paralelos, assim como no rastreio frequente à covid 19 dos doentes em fase de tratamento. "Os doentes têm tido o acompanhamento exatamente igual, não há atrasos nas consultas, os doentes continuam a realizar os tratamentos", esclarece Rui Nabiço.


Atualmente, o serviço de oncologia do Hospital de Braga realiza uma média de cinquenta a setenta tratamentos de doentes diários. Dentro do serviço de oncologia existe agora mais uma unidade autónoma de testes ao covid. O doente a realizar tratamentos é sujeito a esse teste "com grande regularidade".


O diretor do serviço de oncologia afirma que nos últimos anos com o avanço da terapêutica e com programas de rastreio eficazes e diagnósticos precoces foi possível reduzir a taxa de mortalidade, mas vinca que para manter estes números é importante que os doentes recorram ao seu clínico assistente sempre que houver suspeita de algum tipo de problema.

"O covid mata 3 ou 4% dos doentes infectados, o cancro mata qualquer doente com um tumor que não seja diagnosticado e tratado de uma forma eficaz, vai morrer, seja novo ou seja velho. O máximo de atenção em termos de sintomas", conclui em jeito de apelo.

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