À porta fechada. O ‘vírus’ que ofusca o brilho da cultura e do desporto

“Emocionalmente foi muito difícil. Trabalhámos desde novembro com a expetativa de termos a estreia da companhia no final de fevereiro. Foi adiada e depois houve ali um anticlímax que se repercutiu muito na performance física dos bailarinos”. Devido às restrições decorrentes da pandemia, o espetáculo da In Tranz Yt acabou por ser reagendado duas vezes.

Mais seis horas diárias de ensaio até parecem pouco para quem espera há meses. A música já entrou no ouvido, os passos estão decorados e repisados e quase nem é preciso dar indicações. Ao lado de Marta Soares, Jaime Monsanto e Cristina Pereira, Vasco Macide foi um dos fundadores da companhia de dança que conheceu a luz do dia no mês de julho. Está localizada nas antigas instalações da Didáxis – Cooperativa de Ensino de Vale São Cosme, em Vila Nova de Famalicão.

No entanto, como este espaço funciona agora como um centro de vacinação, a In Tranz teve de se mudar provisoriamente para a Casa das Artes. Mais uma contrariedade não abala a confiança do diretor de produção e de Cristina. Estiveram a desenhar e a maturar este projeto nos últimos sete anos, tendo como base o LABarts – Laboratório de Artes Integradas.

Para a diretora artística, que leciona na Escola de Dança do Conservatório Nacional há mais de 30 anos, esta companhia vem preencher “uma lacuna” que existe em Portugal. “Surge para dar espaço aos alunos recém-formados que ainda necessitam de um ou dois anos de trabalho profissionalizante [antem de entrarem na dimensão profissional]. Os que podem vão para fora de Portugal e chegam a pagar 8 mil euros por ano e os que não têm capacidade financeira, muitas vezes, desistem da dança”, argumenta Cristina.

(A reportagem pode continuar a ser lida aqui)

Nota: A versão áudio da reportagem “À porta fechada. O ‘vírus’ que ofusca o brilho da cultura e do desporto” está disponível em podcast.