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Paulo Cunha, mandatário e líder da distrital do PSD e Hugo Soares, cabeça de lista da AD pelo distrito de Braga. (FOTO: RUM)
Elsa Moura

LEGISLATIVAS 24' 27.02.2024 17H50

AD defende lei de mecenato "forte" para apoio à imprensa e cultura

Escrito por Elsa Moura
Ao segundo dia de campanha, a candidatura da Aliança Democrática pelo distrito de Braga convocou a comunicação social local e regional para apresentar as propostas para o distrito nas diferentes áreas de atuação.
Declarações de Hugo Soares, cabeça-de-lista da AD pelo círculo eleitoral de Braga

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O cabeça de lista da Aliança Democrática (AD) pelo círculo eleitoral de Braga, Hugo Soares, defendeu hoje, em Braga, a necessidade de "criar uma cintura de proteção à volta dos jornalistas, outro setor absolutamente crucial para a nossa democracia e que é mal pago". 

Questionado pela RUM sobre as propostas da AD para a comunicação social, o social democrata bracarense deu o exemplo dos jornalistas que trabalham diariamente na Assembleia da República e que se cruzam com todos os deputados. "A maior parte destes jornalistas são jovens, muitos estagiários, muitos deles a ganhar o ordenado mínimo, e que têm na ponta da caneta o poder de destruir qualquer uma das pessoas com quem se cruzam todos os dias, o que cria uma situação de vulnerabilidade imensa na comunicação social", constata.


Hugo Soares considera, por isso, que é preciso "encontrar de forma livre e com transparência, financiamento para os órgãos de comunicação social". 

"Temos que apostar numa lei de mecenato que seja forte do ponto de vista do apoio à cultura e à imprensa, para podermos pagar melhores salários", argumenta, baseando-se no programa eleitoral da AD para este setor. Reconhecendo que é cada vez mais difícil à imprensa regional e local resistir financeiramente, Hugo Soares aproveitou ainda para referir "o esforço da maior parte das autarquias que, de uma forma ou de outra, vão ajudando a manter a chama viva da comunicação social local".


"Uma das coisas que o nosso distrito mais tem exportado são os jovens formados na UMinho"


Saúde, educação, habitação, rendimentos e mobilidade são "eixos prioritários" para a candidatura da AD que culpa os "sucessivos governos PS" que não construíram o Hospital de Barcelos nem requalificaram o Hospital de Famalicão. A direita propõe um programa de emergência na saúde para recuperar cirurgias, consultas em atraso e falta de médicos de família. "A nossa ideologia não é nem o público, nem o privado, é resolver a vida das pessoas", sustenta.


Notando que a AD quer "usar os edifícios do estado para a habitação", além de fomentar o investimento privado e as cooperativas habitacionais, para fixar os jovens no distrito e no país, propõe "a isenção de IMI e de IMT na compra da primeira casa" para jovens até aos 35 anos.

Hugo Soares sublinha que "o que o distrito mais tem exportado são jovens", daí que seja "prioridade absoluta uma taxa máxima de IRS de 15% para que os jovens até aos 35 anos paguem 1/3 do IRS que pagam hoje". "A ideia é poder fixar o nosso talento junto dos seus", prossegue.

Outra das propostas é a redução imediata do IRS para "dar pujança à classe média" que "está a ser esmagada". Notando que hoje, o salário mínimo está "encostado" ao salário médio, a AD propõe aumentar o salário mínimo para 1000 numa legislatura e empurrar o salário médio para 1750 euros, no mesmo período.  Baixar o IRC para que as empresas do distrito "possam pagar melhores salários" é outra das medidas referidas pelo candidato.


Questionado sobre as sucessivas denúncias do reitor da UMinho, Rui Vieira de Castro, de subfinanciamento da Universidade do Minho, Hugo Soares propõe "revisitar as fontes de financiamento", coloca de parte o aumento do valor das propinas e sugere "dar mais autonomia às instituições de ensino superior".


Já sobre a defesa do regresso de uma Parceria Público Privada ao Hospital, várias vezes colocada pela candidatura da AD, Hugo Soares sustenta que o utente "não está preocupado se é o público, o privado ou o setor social". Diz que "não exclui nenhum dos cenários" e que a AD está "aberta a estudar todos os modelos que sejam compensatórios do ponto de vista financeiro e que melhor sirvam os cuidados de saúde que as pessoas precisam". Acusa ainda o PS de não construir hospitais públicos "nos últimos oito anos", e de incentivar o lucro do privado já que "ao destruir o SNS" incentivou a abertura de hospitais privados.


A RUM questionou ainda o facto de os deputados do PSD eleitos por Braga em 2022 optarem pela abstenção na proposta da CDU para inserir a construção do novo Hospital de Barcelos no Orçamento de Estado para 2024. Hugo Soares diz que a construção de um hospital implica "um valor avultadíssimo" e que a opção "tem de ser do governo a quem cabe estabelecer as regras e o plano de investimento". "Somos responsáveis, não prometemos nada daquilo que não podemos cumprir", rematou, lançando o mesmo repto à oposição no caso da AD vir a governar Portugal depois de 10 de março.


No que respeita às instituições públicas de solidariedade social, diz que é preciso atualizar o valor dos acordos e defende "previsibilidade" para o setor social, além de uma análise das instituições na ótica da oferta para que os apoios correspondam às respostas que fornecem.


Na mobilidade, é preciso "mais ferrovia", aposta na ligação do quadrilátero e ligação de Alta Velocidade entre Lisboa, Porto e Vigo.

Em suma, o cabeça de lista da AD considera que "Portugal está um caos" e que o PS se prepara para "entregar um país muito pior do que o que recebeu". "Aliás, é uma sina, tem sido sempre assim", atira.

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