Regional 15.11.2023 10H37
Adolescere capitaliza casos de sucesso na resposta de apoio familiar e acompanhamento parental
O acordo de cooperação aconteceu apenas em julho, mas a resposta é prestada há mais tempo. Importância e sucesso leva a procura crescente da Adolescere a partir de outros pontos do país.
São vários os casos de sucesso da Adolescere no que se refere à resposta do Centro de Apoio Familiar e Acompanhamento Parental (CAFAP) em Braga. No entanto, a falta desta resposta articulada noutros pontos do país traz novas ambições e responsabilidade à estrutura com sede na cidade dos arcebispos que admite a ambição de alargar a rede mas exige, em simultâneo, um reforço de apoios governamentais para acorrer a múltiplos casos em todo o país.
A Associação de Apoio à criança e ao Adolescente, uma IPSS que tem como objetivo promover a qualidade de vida da população vulnerável ao risco social, já ajudou mais de trezentas crianças e adolescentes nestas circunstâncias e com vários casos de sucesso confirmados.
Na última noite, em entrevista ao programa Campus Verbal, Carla Fernandes, presidente da Adolescere, admitiu que o trabalho em CAFAP é “difícil e desafiante”, mas tem permitido resultados positivos.
“Trabalhar com estas crianças, com estas famílias e no final conseguirmos bons resultados, conseguirmos que a criança regresse a casa ou que não seja retirada, conseguir fazer mediação entre um ex-casal conjugal e em que o litígio é elevado e, depois, o casal no final da nossa intervenção passa pelo menos a ter uma relação saudável que seja benéfica para a criança, só por aí já vale a pena”, começa por confessar.
Sustentando que se trata de “uma resposta atípica”, a presidente da Adolescere admite que a estrutura tem vindo a receber solicitações de diferentes pontos do país. Segundo Carla Fernandes, esta resposta “é necessária em mais pontos do país e uma das ambições da Adolescere, num curto espaço de tempo, é alargar a resposta de CAFAP a outros concelhos”.
A Adolescere só conseguiu em julho deste ano um acordo para o CAFAP e durante vários anos prestou este serviço apenas a título de voluntariado com a equipa que se foi associando ao projeto. Recordando um caminho “longo e penoso” para conquistar este acordo e todo o “esforço” destes voluntários, Carla Fernandes lamenta que durante tanto tempo a equipa tenha trabalhado “com todo o profissionalismo”, mas sem qualquer compensação monetária ficando também impedida de ajudar mais famílias em simultâneo, algo que mudou depois do protocolo assinado e do projeto passar a ser financiado.
Em dezembro de 2022, a Assembleia da República entregou à Adolescere o prémio ‘Direitos Humanos’ pelo trabalho desenvolvido em diferentes frentes. A este propósito, Carla Fernandes lamenta que o mesmo reconhecimento não aconteça por parte das entidades locais e admite que a associação "precisa de mais apoio", não só monetário.
A entrevista completa ao programa Campus Verbal já pode ser escutada em podcast