Agere paga 49 mil euros anuais para camarote no estádio que disponibiliza a trabalhadores

A Empresa Municipal Agere paga, por ano, ao SCB, mais de 49 mil euros, para ter um camarote no Estádio Municipal de Braga que depois disponibiliza aos trabalhadores com melhor taxa de assiduidade, justificando este procedimento como “uma decisão de gestão da administração” que acontece depois de revisto um primeiro contrato com o município e o clube, aquando da abertura do equipamento desportivo, em 2004.
O assunto tem sido comentado, nos últimos dias, nas redes sociais, depois de surgir na plataforma base.gov. Esta segunda-feira, em sede de reunião camarária, os vereadores do Partido Socialista exigiram explicações ao administrador da empresa municipal que, em resposta, começou por esclarecer que o camarote já vem da gestão socialista e que foi reservado logo aquando da abertura do estádio construído a propósito do campeonato europeu que Portugal acolheu.
Aliás, Rui Morais disse que se tratou de “uma questão de transparência” colocar o contrato no base.gov. “O que decidimos simplesmente foi por uma questão de transparência colocá-lo no base.gov agora que foi renegociado. O uso do camarote, ao contrário do que possam querer fazer passar, não é para a administração, é para uso dos trabalhadores da Agere que tenham absentismo zero nos últimos meses. É um género de prémio”, explicou, acrescentando que o acordo prevê também quarenta bilhetes por jogo para as bancadas e publicidade à Agere no Estádio Municipal de Braga. Anteriormente, o acordo previa serviços promovidos pela Agere ao SCB assim como acertos relacionados com a própria conta da água.
Artur Feio, do Partido Socialista, diz que a opção da gestão municipal deveria passar por “abdicar do camarote” até porque considera ser uma medida que não promove igualdade com os restantes trabalhadores municipais. “A realidade do passado não é igual à de hoje. De facto, seria de repensar se eventualmente há a necessidade de usufruto deste bem que traz desequilíbrio entre todos os funcionários do universo municipal”, referiu. Ora, sobre este último ponto, o autarca Ricardo Rio lembrou que as restantes empresas do município e a própria autarquia não têm a mesma possibilidade de levar a cabo estratégias de bonificação como estas por força de limitações a diferentes títulos.
