Aos 75 anos, integração da comunidade migrante é o grande desafio da Cáritas de Braga

A integração e acolhimento de migrantes de culturas diversas é, nesta fase, a principal preocupação da Cáritas Arquidiocesana de Braga. No âmbito das comemorações dos 75 anos da instituição, celebrados hoje no Museu Pio XII, o presidente da Cáritas de Braga, João Nogueira notou que nesta fase a instituição está “muito preocupada com a abertura cultural do acolhimento da diversidade de pessoas migrantes, que têm sido muitos”. O dirigente recusa falar em discriminação intencional, mas admite que parte da sociedade “estranha esta nova comunidade”.
O presidente da Cáritas Arquidiocesana de Braga exige ao estado central uma “orientação e apoios financeiros que permitam um acolhimento digno desta comunidade migrante. Em Braga, o trabalho desenvolvido passa não só pelo acolhimento numa fase inicial que exige até a legalização destes cidadãos, como a integração na sociedade e no mercado de trabalho. A Cáritas Arquidiocesana de Braga conta atualmente, na Avenida da Liberdade, com um Centro de Alojamento Temporário (CAT) dirigido à comunidade migrante com capacidade para 25 pessoas em simultâneo. O problema central surge numa fase posterior, de integração na sociedade e no mercado de trabalho com acesso a uma habitação condigna a preços mais acessíveis. “Neste momento é preciso pensar a remuneração e a sustentabilidade deste serviço, daí apelar à responsabilidade do Estado. Temos o CAT protocolocado com a Segurança Social, estamos a acolher 25 migrantes e a trabalhar toda a parte da legalização, inserção cultural e profissional e estamos a esbarrar com o problema da habitação”, sublinha.
Ainda em matéria de habitação, a Cáritas de Braga volta a denunciar o arrendamento de casas sem as condições mínimas junto desta população mais vulnerável, onde se encontram na sua maioria, cidadãos de outras nacionalidades e culturas. “Sabemos de pessoas que estão dispersas pela cidade e temos consciência de algumas situações de habitação indigna, e temos denunciado e procurado encontrar as melhores soluções. Não tem sido muito fácil, mas acreditamos que temos de insistir”, acrescenta.
Em 2023 a Cáritas de Braga apoiou mais de 9 mil pessoas, nas diferentes valências da estrutura onde se incluem para além de muitos migrantes, crianças, jovens, idosos em situação de exclusão, famílias em situação vulnerável, vítimas de violência doméstica e sem-abrigo.
