Desporto 24.05.2023 19H16
Após incêndio, 1º de Maio inaugura instalações e prepara regresso do futebol de 5
A coletividade tem também uma vertente cultural, dinamizada pela Academia Alçapão.
Passaram quase dois anos desde o dia em que um incêndio pôs em causa a continuidade da Associação Cultural Desportiva e Social 1º Maio. A coletividade de Requião, em Vila Nova de Famalicão, renasceu das cinzas e procura agora reafirmar o seu lugar no futebol amador concelhio.
Foi na madrugada de 30 de julho de 2021 que a comunidade daquele território acordou sobressaltada com a notícia de que as instalações do emblema minhoto estavam a arder. O fogo consumiu os balneários, a garagem e a única carrinha que dispunha.
O atual presidente da direção, que, na altura, fazia parte da Mesa da Assembleia Geral, recorda-se como “se fosse hoje”. “Recebi um telefonema de um amigo a dizer que tinha ido tudo ao ar. Dirigi-me ao local e o incêndio já estava em fase de rescaldo e reparei que as instalações foram todas atingidas. Fiquei extremamente em baixo”, lembra em entrevista no programa RUM(O) Desportivo.
Sem se saber até hoje a origem do fogo, naquele momento houve uma certeza: o futebol de 5 precisava de ser suspenso porque não existiam condições infraestruturais. Domingos Lopes confessa mesmo que “o fim da associação” esteve em cima da mesa.
Quando assumiu a presidência, em setembro do último ano, prometeu inaugurar, a curto prazo, as novas instalações, algo que veio a acontecer sete meses depois. Graças a um investimento de 44 mil euros da Câmara de Famalicão, a associação tem agora três novos balneários, “dignos da Champions League” e uma garagem renovada, faltando a aquisição de uma carrinha, que está dependente do “apoio da sociedade civil e/ou da autarquia”. “É um sentimento enorme de alegria, de satisfação de haver cumprido”, frisa.
Com a atividade desportiva suspensa desde o incêndio, a Associação 1º de Maio pondera reativar o futebol de 5, através da criação de equipas para competir nas provas da AFSA - Associação de Futebol de Salão Amador. No entanto, tudo depende da “captação de atletas”. “Há vários clubes ao redor, distanciados poucos quilómetros uns dos outros, e nós não conseguimos competir com clubes como o Famalicão, Ribeirão, Joane ou o Operário”, lamenta, fazendo referência a episódios do passado.
Neste período sem atividade desportiva, a Associação 1º de Maio, que tem também uma vertente cultural, decidiu criar a Academia Alçapão, alicerçada num grupo de teatro, mas que também organiza colóquios sobre diferentes matérias. José Miguel Oliveira, responsável pelo projeto e secretário da direção, explica que esta dimensão já era explorada, mas foi necessário solidificá-la. “Quisemos reestruturar e reconstruir”, assinala.