O Centro Social e Cultural Luso Ucraniano está a organizar uma campanha de recolha de fundos. O objetivo é juntar, pelo menos, 5 mil euros para ajudar a combater o inverno rigoroso na Ucrânia, numa altura em que as consequências da crise energética se cruzam com as da guerra.

O valor angariado destina-se à aquisição de cobertores e roupas quentes, além de bens alimentares, medicamentos e produtos de higiene. O presidente da associação localizada em Braga, Abraão Veloso, considera um procedimento mais adequado do que “recolher agasalhos em Portugal e enviar para a Ucrânia”.

“Seria uma logística complicada, que envolveria custos. Achamos preferível recolher fundos e depois articular com algumas cidades, como Kiev e Bucha, onde estão ONG’s parceiras. A nossa preocupação é que as coisas cheguem a quem delas necessita”, detalha.

A campanha designada ‘Um cobertor para a Ucrânia’ vai realizar-se nos meses de novembro e dezembro. Para esse período estão previstos um evento relacionado com a gastronomia e a cultura ucraniana, um concerto, uma caminhada e um magusto. Além disso, serão vendidas pulseiras com as cores do país a um preço mínimo de 2 euros.

O padre ucraniano Vasyl Bundzyak, mediador intercultural radicado em Braga, espera que “todo o povo português possa ajudar”, alertando para o frio que se faz sentir nesta altura do ano e que afeta “muitas pessoas” que ficaram com as casas danificadas na sequência do conflito.

Câmara de Braga assinala quinto momento de apoio à Ucrânia

A iniciativa tem a colaboração da Câmara de Braga. João Medeiros, assessor nos pelouros da Educação e da Inovação e Coesão Social, considera que, desde que começou a guerra, este é o quinto grande momento de apoio da autarquia ao povo ucraniano.

No seu entender, a vigília na Praça da República, a articulação imediata para recolher refugiados, a partida de um autocarro até à fronteira com a Ucrânia e a presença da antiga embaixadora, Inna Ohnivets, no concelho provam que Braga é “um aliado” do país de leste.

A apresentação da campanha decorreu, esta quarta-feira, na sede da União de Freguesias de Maximinos, Sé e Cividade. O presidente Luís Pedroso, um dos fundadores do Centro Social e Cultural Luso Ucraniano, lembra que a onda de solidariedade deste território “começou em 2014”, com a anexação da Crimeia.

“Fomos os primeiros a ajudar, o que veio a revelar-se determinante para o futuro”, frisa, enaltecendo a importância que a associação teve para o acordo de geminação entre Braga e Ivano-Frankivsk, estabelecido em 2016.

Os donativos devem ser enviados para o NIB 0010 0000 5320 3390 0019 3.