Cerca de 40 horas de viagem separam Braga da cidade de Wroclaw (Breslávia), na Polónia. Um autocarro, organizado pela Câmara Municipal, em parceria com os TUB, a Agere e os Lions, partiu esta quinta-feira para essa zona, onde estão à espera para embarcar quatro dezenas de cidadãos ucranianos, incluindo 12 crianças, que fogem da guerra.

Na bagagem, a delegação que saiu da cidade bracarense leva bens essenciais, desde alimentos a medicamentos.

“Aquilo que esperamos e que prevemos é que tenham queixas de dor, que estas pessoas venham fisicamente cansadas e emocionalmente e psicologicamente muito afetadas. Vamos também trazer uma mulher grávida de 20 semanas, que inspira alguns cuidados”.

A expetativa é de Elisa Condez, médica de profissão que integra a comitiva que segue no autocarro, juntamente com uma enfermeira, um elemento da Proteção Civil, um tradutor, a mentora da iniciativa, Romana Meireles, e quatro motoristas. As mantas também fazem parte do kit de viagem, dado o “muito frio” que se faz sentir na Europa Central. “Queremos dar algum conforto a estas pessoas”, acrescenta.

Os refugiados ucranianos devem chegar a Braga na segunda-feira à noite. Depois disso, a ideia passa por “distribuí-los por diferentes espaços”, de acordo com a vereadora da Coesão Social. Carla Sepúlveda adianta que “muita gente, não só de Braga, já se manifestou disponível para receber as pessoas nas suas casas ou em alojamentos de segunda habitação”.

Seis ucranianos regressam ao país com expetativa de combater

Há quem queira fugir da guerra e há quem queira ir para o campo de batalha. Aos 73 anos, Chernytevych Volodymyr, antigo tanquista profssional, está em Braga desde 19 de fevereiro, onde participou nos Campeonatos Europeus de Veteranos de Atletismo, em pista coberta.

Ao lado de mais cinco ucranianos, segue agora no autocarro para junto do filho, que está a combater em Kryvyi Rih, localidade de onde é natural o presidente Volodymyr Zelensky. “Vou para a Ucrânia defender a minha terra e a família", refere, emocionado.