Bolseiros concentram-se em Lisboa a 9 de fevereiro contra a precariedade

A Associação dos Bolseiros de Investigação Científica (ABIC) vai promover uma concentração de trabalhadores do Ensino Superior Público e Laboratórios do Estado no dia 9 de fevereiro, na Alameda da Universidade de Lisboa, contra o empobrecimento e a precariedade, pelo aumento real dos salários e valorização das carreiras dos investigadores.
Antes disso, na próxima segunda-feira, dia 6, a ABIC vai reunir com a ministra da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Elvira Fortunato, e a presidente da Fundação para a Ciência e a Tecnologia, Madalena Alves.
Em causa, estão várias reivindicações, sendo a principal “a revogação do estatuto de bolseiro de investigação e a contratação dos trabalhadores científicos, através de um contrato de trabalho”.
Além disso, os bolseiros reivindicam “a atualização salarial” e lamentam ainda desconhecer “as atualizações para este ano, tendo em conta o aumento do custo de vida”. “Há ainda questões relacionadas com o seguro social de voluntário e a contratação de bolseiros através de empresas, que nos parece problemático”, apontou António Ferreira.
Segundo o dirigente, “entre 2002 e 2018, não houve qualquer atualização salarial nas bolsas”. “Houve perda de poder de compra na ordem dos 25% e o Governo terá que ter isso em conta”, acrescentou.
António Ferreira espera que o aumento seja na ordem dos 55 euros, uma vez que “a FCT tem tomado como referência a subida do salário mínimo do ponto de vista absoluto”. Ainda assim, não corresponde às expectativas dos bolseiros, tendo em conta o aumento de 7,8% da inflação.
A ABIC lamenta ainda a precariedade a que estão sujeitos os bolseiros, nomeadamente pelo facto de “não terem subsídio de desemprego, de férias e de Natal, bem como a própria licença de maternidade não ser dada a bolseiras”. Confiante na “sensibilidade” da tutela, António Ferreira espera que tal se reflita “em decisões concretas”.
