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Fotografia: Bosch
José Brás

Regional 28.10.2025 17H45

Bosch avança com lay-off na fábrica de Braga após centenas de despedimentos

Escrito por José Brás
Principal fábrica da multinacional alemã em Portugal indicou que cerca de 2.500 colaboradores serão afetados pela suspensão dos contratos de trabalho e/ou redução de horas de trabalho. "Os colaboradores da localização foram informados sobre o procedimento planeado".

Estrangulada por falta de chips, a fábrica da Bosch de Braga, a maior do país do grupo alemão, vai avançar para lay-off na próxima semana, mandando para casa cerca de 2.500 colaboradores, segundo comunicado enviado na tarde desta terça-feira às redações, que "serão afetados pela suspensão dos contratos de trabalho e/ou redução de horas de trabalho".


A principal fábrica da Bosch em território nacional recorre ao lay-off motivado pela "escassez de componentes para peças eletrónicas e as recorrentes interrupções na produção". O mecanismo, segundo a empresa, entra em vigor a partir do início de novembro até, "presumivelmente", ao final de abril de 2026. "Os colaboradores da localização foram informados sobre o procedimento planeado", lê-se na mesma nota.


A Bosch terá dispensado mais de 300 pessoas ainda em 2024, a que acrescem outras 297 entre janeiro e setembro deste ano. Apesar disso, a empresa afirma que "mantém a sua prontidão de produção nas áreas afetadas para poder produzir de forma flexível e rápida assim que os componentes eletrónicos chegarem". "Assim que este problema for resolvido, a produção em Braga deverá regressar à normalidade, permitindo-nos fabricar para servir os nossos clientes", finaliza a nota.


A Bosch é uma das clientes da Nexperia, usando os seus chips para peças automóveis


A crise de chips provocada pela intervenção na Nexperia terá agravado a situação. Em declarações recentes ao ECO, a Bosch adiantou que está em contacto “próximo” com a fabricante de chips chinesa da qual o Governo holandês assumiu controlo, para travar as restrições de produção. “Esperamos uma resolução rápida entre as partes envolvidas, que contribua para aliviar a atual situação de estrangulamento”, acrescentou a mesma fonte.


A Bosch é uma das clientes da Nexperia, usando os seus chips para peças automóveis. Questionada pelo ECO se estava a ser pressionada em termos de produção e se há risco de paragem das fábricas, fonte oficial disse que “as equipas de especialistas estão em contacto próximo com a Nexperia”, um dos seus “fornecedores de componentes eletrónicos, assim como com outros fornecedores, subfornecedores e clientes afetados, para prevenir eventuais restrições de produção ou mantê-las o mais reduzidas possível”.


Na sequência da intervenção do Governo holandês, no passado dia 30 de setembro, na Nexperia, alegando preocupações com a propriedade intelectual, o Governo chinês proibiu as exportações dos produtos acabados da empresa. Embora não sejam sofisticados, os chips da Nexperia são amplamente utilizados nos automóveis, por isso esta proibição está a gerar preocupações com possíveis interrupções na produção de automóveis em gigantes do setor, como a Volkswagen e BMW, fabricantes que usam chips da empresa.


Além da Bosch, em Portugal, também a Autoeuropa não descarta impactos de curto prazo devido ao problema de fornecimento de semicondutores da empresa Nexperia, de acordo com um comunicado interno a que o ECO teve acesso. Fonte oficial da empresa de Palmela garante que a produção desta semana está assegurada.



c/ ECO


(atualizada às 19h20)

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