25 mil escuteiros, oriundos de todos os pontos do continente e das ilhas participam em Braga, este fim-de-semana, na grande festa do centenário do Corpo Nacional de Escutas (CNE). Os escuteiros vão invadir todas as grandes praças da cidade dos arcebispos no sábado, dia em que será ainda inaugurado um monumento evocativo do centenário [autoria do escultor Paulo Neves] junto ao Arco da Porta Nova e feita uma homenagem ao fundador do CNE, D. Manuel Vieira de Matos, sepultado na Sé de Braga. Ainda nessa manhã será lançado um selo a propósito desta efeméride, numa parceria do CNE com os CTT.

Na noite desta terça-feira, em entrevista ao programa Campus Verbal, Ivo Faria, Chefe do Corpo Nacional de Escutas deu nota da importância deste momento de celebração a acontecer na cidade onde tudo começou e com a qual os escuteiros querem comemorar. 

"Vamos ter jovens espalhados por todos os cantos desta grande cidade. Temos um centro grande de atividades baseado no Altice FORUM Braga, mas os jovens vão estar espalhados por todas as nossas praças", começou por referir. Estes locais serão palco de jogos, de workshops, de música e dança, mas também de confraternização com quem se quiser juntar aos escuteiros.

"São cem anos de parceria, de trabalho lado a lado com a população, com as pessoas que nos acolhem e que dão tudo o que nos podem dar para que os miúdos tenham a oportunidade de crescer trabalhando lado a lado pela comunidade, em coisas que estão desenhadas à altura e à dimensão, obviamente, da idade deles, mas que lhes dão este sentido de corpo, de pertença e de cidadania, que é aquilo que o escutismo procura trabalhar, a cidadania criativa dos nossos jovens", assinala o Chefe do Corpo Nacional de Escutas, também ele da região do Minho, natural de Famalicão e oriundo do Agrupamento 291 Calendário.

CNE tem atualmente 67 mil escuteiros. 10 mil juntaram-se à família no decorrer deste ano

A maior região em termos de escutistas é a de Braga. Mas, nas vinte dioceses do país "todas elas têm escuteiros", segundo o Chefe do CNE. "Somos 67 mil divididos pelas vinte dioceses que Portugal tem", refere. Os escuteiros católicos pertencem a 1006 agrupamentos distintos, dois deles na Suiça e um outro em Macau.

A pandemia também causou impacto no efetivo e nessa fase o CNE perdeu 7% a 8%. Ainda assim, a recuperação tem sido positiva. "Penso que este ano conseguiremos voltar a ter mais escuteiros do que aqueles que tínhamos em 2020. Na pandemia tivemos de reiventar tudo aquilo que eram as nossas atividades. Inventamos atividades, fizemos um acampamento nacional em casa e no mesmo fim-de-semana juntamo-nos 14 mil escuteiros nas redes sociais", recorda. Mas o trabalho dos escuteiros na pandemia ficou marcado pelo lado solidário ao qual os portugueses já se habituaram. De norte a sul do país, nos Açores e na Madeira, os escuteiros recolheram 70 toneladas de bens alimentares que doaram ao Banco Alimentar, ajudaram a distribuir comida e medicamentos às casas das pessoas e escreveram cartas aos mais idosos para os manter ligados.

Para as celebrações do centenário foi criada uma nova imagem, à base de troncos de árvore usadas muitas vezes nas construções dos escuteiros. "Invocamos a nossa mística, a simbologia, o saber fazendo, a vida na natureza e na comunidade. Um símbolo que traz movimento e animação às atividades dos nossos jovens", detalha, a propósito da imagem na qual o escultor nortenho se inspirou para criar o monumento do centenário. A escultura evocativa que ficará em Braga foi trabalhada por Paulo Neves.

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PROGRAMA SÁBADO

* 09h30 – Acolhimento e Acreditação de Jornalistas (Altice Fórum Braga)

* 10h00 – Lançamento do Selo do Centenário

* 10h00 – Início dos jogos

* 14h45 – Homenagem a D. Manuel Vieira de Matos (Sé de Braga)

* 15h30 – Inauguração do Monumento (Junto ao Arco da Porta Nova)

* 20h00 – Eucaristia presidida por D. José Cordeiro, Arcebispo de Braga (Altice Fórum Braga)

* 21h30 – Festa do Centenário (Altice Fórum Braga)