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Maria Carvalho

Regional 04.02.2025 15H31

Braga adquire cerca de 160 unidades do jogo 'Constituição' para todas as escolas com 1.º ciclo

Escrito por Maria Carvalho
A ideia deste jogo remonta a 2015, sendo que só foi possível avançar com o projeto em 2023. Até ao momento, já foram distribuídos, por todo o país, cerca de 3500 exemplares.
Palavras do coordenador da associação Beira Serra, Marco Gabriel, do presidente da Assembleia da República, José Aguiar-Branco e do presidente do município, Ricardo Rio.

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O município de Braga vai adquirir cerca de 160 unidades do jogo de tabuleiro 'Constituição' para todas as escolas do concelho com alunos do 1.º ciclo. Trata-se de um jogo infantil que, com casas de avanço e recuo, desafios como perguntas, mímicas e coligações, os participantes aprendem sobre direitos e deveres democráticos enquanto se divertem. No fim, quem conquistar mais cravos sai vencedor.


O coordenador da associação Beira Serra, uma das responsáveis pelo desenvolvimento do jogo, Marco Gabriel, conta que a 1ª versão do jogo foi criada com o auxílio de 190 crianças de 10 turmas dos concelhos de Belmonte, Covilhã e Fundão. "A partir daí tirámos as ilustrações, algumas regras que eles fizeram e fizemos um primeiro protótipo. Achamos que, por ter sido feito dessa forma, conseguimos o alcance em termos da forma como as crianças lidam com o jogo. Tentámos torná-lo o mais amigável possível  e ser fácil de montar", explicou.


"Serve para que as crianças possam entender aquilo que estamos a falar quando falamos de direito à educação, à saúde, à cultura, à justiça", acrescentou Marco Gabriel, descrevendo que o jogo conta histórias com personagens do quotidiano. "Nós costumamos dar como exemplo que as crianças vão encontrar o Tiago, que utiliza uma cadeira de rodas, a Rita, que trabalha numa fábrica, o senhor António, que gosta de ler o jornal quando começa o dia, para trabalharmos as questões do direito do trabalho, da igualdade de oportunidades e da liberdade de imprensa".


Presente na apresentação do jogo, esta terça-feira, na Escola Básica de Figueiredo, o presidente da Assembleia da República, José Aguiar-Branco, falou da importância de cultivar os valores da Constituição da República Portuguesa, tendo em conta que, atualmente, há "muitas ameaças à democracia e à liberdade".


"Há movimentos populistas, extremistas, as sociedades estão muito fragmentadas e, portanto, tudo o que possa contribuir para o exercício da democracia e cultivar o direito à diferença, ao respeito pela diferença, à vivência em comunidade mais forte para podermos construir um país melhor, um mundo melhor, uma Europa melhor, devem ser incentivados", destacou.


Para Aguiar-Branco "não há soluções mágicas" para resolver estes problemas, mas é possível "investir numa cultura de cidadania mais forte, motivando desde muito cedo a exigência da participação ao serviço público, combater o individualismo e o egocentrismo, mostrarmos que juntos somos melhores, que é preciso respeitar o colega do lado".


O presidente do município, Ricardo Rio, conta que Braga foi "dos primeiros a responder de forma entusiástica" ao desafio de partilhar o jogo de tabuleiro e que poderá ser aplicável a outros segmentos etários.


"Hoje mesmo desafiaram-nos a disponibilizá-lo para um centro de dia, para um acolhimento da terceira idade, como uma forma de revitalizar valores que são muito importantes. Embora o jogo tenha sido inicialmente concebido para um público mais jovem, porventura poderemos alargá-lo para outros segmentos da população", adiantou.


O jogo foi criado no âmbito do Projeto Civitas, financiado pelo Active Citizens Fund, através da Fundação Calouste Gulbenkian e da Fundação Bissaya Barreto, com consultoria científica da Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico de Castelo Branco e o acompanhamento da Assembleia da República.

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