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Liliana Oliveira

Regional 25.11.2020 13H15

Braga. Duas mulheres assassinadas, quatro tentativas de femicídio e uma de assassinato

Escrito por Liliana Oliveira
Dados do Observatório das Mulheres Assassinadas, entre 1 de Janeiro e 15 de Novembro de 2020.

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No dia em que se assinala a eliminação da violência contra as mulheres, o Observatório das Mulheres Assassinadas apresenta os números de femicídios (assassinato de mulheres) e assassinatos, este ano.


Entre 1 de Janeiro e 15 de Novembro, em Braga, registaram-se "dois femicídios, quatro tentativas de femicídio e uma tentativa de assassinato".

No país, "há registo de 16 femicídios e 43 tentativas em relações de intimidade, 12 assassinatos em contexto de relações familiares e dois assassinatos noutros contextos". Na sequência destes crimes, "21 filhos que ficaram órfãos".


No que diz respeito aos femicídios, "em 63% havia informação da existência de violência prévia, sendo que em 40% havia já sido feita uma denúncia às autoridades". "Em oito casos, as notícias referem que as mulheres tentaram separar-se ou separaram-se efectivamente do ofensor antes de serem assassinadas e estas manifestações de violência eram em oito destes casos conhecidas por outras pessoas", revela o relatório. Dos 16 femicídios, "nove foram cometidos em relações de intimidade actuais, seis em relações passadas e um em relação de intimidade pretendida".
 

A idade média das vítimas situa-se entre os 36 e os 50 anos. Os agressores têm, na sua maioria, mais de 36 anos.

Os dados do OMA revelam ainda que "cinco dos ofensores suicidaram-se e outros três tentaram o suicídio, dez agressores estão em prisão preventiva, registou-se um caso com medida de coação omissa e um dos ofensores teve como destino o internamento".


Uma das mulheres assassinadas estava grávida


Entre os 12 assassinatos que decorreram este ano, em "5 casos existia violência prévia contra a vítima e, destes cinco, uma vítima já havia efectuado denúncia de violência doméstica às autoridades e em quatro as manifestações de violências eram conhecidas por outras pessoas". Numa outra situação, "existiam ameaças de morte prévias contra a vítima". Uma das mulheres assassinadas estava grávida. A maioria dos agressores estava desempregado e tinham idades compreendidas entre os 36 e os 50 anos. Já as vítimas tinham, na sua maioria, mais de 65 anos. Um dos assassinos suicidou-se, dois tentaram o suicídio, 11 acabaram em prisão preventiva e um foi internado.


Arma branca e arma de fogo são os meios mais utilizados pelos agressores. Os crimes ocorreram, sobretudo, na casa que a vítima e o agressor partilhavam.

Desde 2004 até novembro de 2020, podemos contabilizar 564 mulheres assassinadas.


Os dados recolhidos pelo Observatório de Mulheres Assassinadas derivam das notícias publicadas na imprensa nacional, podendo, por isso, o número de mulheres assassinadas ser ainda maior.


Em Braga, o núcleo da UMAR apelou a várias instituições da cidade para que colocassem neste dia internacional para a eliminação da violência contra as mulheres uma faixa preta nos edifícios m sinal de repúdio, luto e resistência pelas mulheres assassinadas. Mais de três dezenas de instituições, associações e colectivos aderiram. 

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