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Sérgio Freitas/ CMB
Liliana Oliveira

Regional 01.04.2024 18H17

Caminhada solidária para apoiar autistas alerta para a "invisibilidade" destas pessoas

Escrito por Liliana Oliveira
Rosa Mota será a madrinha da caminhada solidária da AIA, que decorre a 14 de abril, em Braga.
Declarações de Eduardo Ribeiro e Ricardo Rio, sobre a iniciativa solidária

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Para alertar para a ‘invisibilidade’ das pessoas autistas, a AIA - Associação para a Inclusão e Apoio a estas pessoas – promove, a 14 de abril, em Braga, uma caminhada solidária. A iniciativa, que terá Rosa Mota como madrinha, parte da Praça da República, às 10h00, passando por algumas das principais artérias da cidade.

A 13.ª edição da caminhada, que tem como mote “Juntos Vamos mais Longe”, pretende sensibilizar a população para a questão do autismo e, simultaneamente, a angariação de fundos para a associação, ajudando à sustentabilidade da mesma. 


Rosa Mota, que esteve presente na apresentação do evento, esta segunda-feira, realçou a importância do momento, “para os pais e para os jovens que têm problemas como este”. Todos nós temos a obrigação de colaborar. Está nas nossas mãos tornar as coisas mais fáceis”, afirmou.


O presidente da Câmara de Braga, Ricardo Rio, lembrou “as muitas famílias e cidadãos que estão confrontados com este desafio e que não estão na primeira linha de prioridades”. “Eu acho que em termos de saúde pública não há uma primeira e uma segunda linha, mas obviamente que é muito mais mediático aquilo que é a insuficiência de resposta para a universalidade dos cidadãos. No entanto, isso nunca pode ser justificação para que nichos específicos da população que carecem de um investimento muito particular, como são os cidadãos com autismo, não tenham também da parte das autoridades públicas a mesma atenção e o mesmo investimento”, alertou o autarca. Ricardo Rio considera que “iniciativas como esta têm o mérito de voltar a trazer para a ordem do dia a necessidade de existir políticas públicas que respondam às necessidades destes cidadãos”, que não podem depender apenas de voluntários, mas de “respostas estruturadas”.



Assinala-se, esta terça-feira, o Dia Mundial para a Consciencialização das Pessoas com Autismo


Esta terça-feira, 2 de abril, assinala-se o Dia Mundial para a Consciencialização das Pessoas com Autismo e, este ano, o tema é “invisível”. Segundo Eduardo Ribeiro, presidente da AIA Braga, há na Europa sete milhões de autistas. Com eleições europeias à porta, lembrou, “a maioria dos autistas não vota” e, por isso, se associam estas pessoas à “invisibilidade”. “Invisíveis são também os cuidadores e estamos num país em que começámos a dar os primeiros passos no reconhecimento dos cuidadores informais, mas ainda há muito caminho pela frente”, denotou.

Embora não haja números oficiais da prevalência desta perturbação em Portugal, Eduardo Ribeiro tem “a sensação que estão ao aumentar os casos”. “Cerca de 70% das nossas famílias não têm qualquer tipo de capacidade financeira e é a AIA a suportar os custos operacionais, com as terapias”, informou o responsável.


Eduardo Ribeiro reconhece que têm sido dados passos consideráveis na inclusão de pessoas com esta perturbação, ao ponto de já falarmos em “escola inclusiva”, mas, frisa, “não está tudo feito”. As mudanças, diz o presidente da AIA, começam por acontecer, normalmente, por decreto, mas a inclusão destas pessoas “é uma questão de mentalidade”.


Além das dificuldades financeiras, a AIA Braga tem dificuldade em encontrar técnicos, desde a pandemia da Covid-19, momento a partir do qual a procura aumentou. “Se há cinco anos conseguíamos ter dois ou três técnicos de terapia da fala ou de terapia ocupacional a trabalhar connosco, hoje em dia isso já é uma dificuldade”, exemplificou.

Neste momento, trabalham na AIA Braga quatro técnicos ligados à intervenção precoce e oito nas atividades ocupacionais. “O ideal era termos, pelo menos, mais duas pessoas”, admitiu o presidente da instituição.


As inscrições para a caminhada da AIA, em Braga, a 14 de abril, podem ser feitas em qualquer loja Pingo Doce e têm um custo de 2,5 euros. A organização espera superar o número de participantes da última edição: 14.400.

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