ºC, Braga
Braga

Max º Min º

Guimarães

Max º Min º

null
Liliana Oliveira

Academia 04.03.2023 11H34

Campi da UMinho estão sem gás desde 1 de março e investigações estão em risco

Escrito por Liliana Oliveira
Alunos queixam-se do frio nas salas. Situação foi confirmada pelo reitor Rui Vieira de Castro e está relacionada com o corte no fornecimento do gás, devido a problemas na contratualização do serviço. Vai ser aberto um inquérito interno para averiguar responsabilidades.
Ouça aqui a explicação do reitor Rui Vieira de Castro

false / 0:00

As salas, gabinetes e laboratórios da Universidade do Minho (UMinho) estão, neste momento, sem condições térmicas, devido ao corte no fornecimento de gás, desde 1 de março. A questão foi discutida em sede de Conselho Geral, esta sexta-feira, depois de Tiago Miranda ter revelado que “um aluno de Engenharia Civil se tinha queixado à direção de curso que na sala dele estavam 5 graus”.


A situação está a prejudicar algumas das investigações levadas a cabo na Universidade, nomeadamente a necessidade dos investigadores terem ambientes antisséticos e, por isso, alguns trabalhos estão parados até que a situação seja resolvida.


O cenário foi confirmado pelo reitor Rui Vieira de Castro, que admitiu que “houve erros que foram cometidos, que estão a criar situações de impacto naquilo que é a vida quotidiana das pessoas”. “É uma situação de grande dificuldade e que eu, muito francamente, gostaria que não se repetisse mais”, sublinhou o responsável.

A situação, disse ainda, está também a ter “impacto na própria atividade de investigação”.



Reitor vai "desencadear um procedimento de inquérito interno para perceber onde é que se falhou"


“O ano de 2022 foi um ano muito difícil por causa da subida exponencial dos preços do gás e para terem uma ideia sobre o acréscimo do preço, entre janeiro de 2021 e setembro de 2022, os preços do gás mais do que decuplicaram”, revelou. A situação levou, em outubro, “o Conselho de Gestão da Universidade a autorizar uma proposta que lhe foi feita pela Unidade de Serviços de Gestão de Campo e Infraestruturas, que ia em dois sentidos: o primeiro era o de reduzir o chamado período de aquecimento, iniciando mais tarde e terminando mais cedo, e as datas que ficaram então previstas foi 15 de novembro a 1 de março, reduzindo também o número de horas, nesse período, horas em que o aquecimento era disponibilizado”. Além disso, a Universidade do Minho avançou para um procedimento de contratação pública internacional, referente à garantia do fornecimento de gás, tendo sido admitidas três propostas. “Foi contactada a entidade que tinha sido classificada em primeiro lugar, e aquilo que verificámos foi que a entidade não pretendia, naquele momento, assumir o que estava previsto e a que tinha concorrido”, revelou o reitor. O cenário repetiu-se com os outros dois concorrentes. “Enquanto não estiverem esgotadas todas as possibilidades inerentes ao procedimento, nós não podemos avançar para outro procedimento”, clarificou.


O cenário, segundo Rui Vieira de Castro, levou a UMinho a “providenciar contratos de muito mais curta duração para, de alguma forma, poder amortecer os impactos da turbulência dos preços, mas que deixavam a instituição numa situação de maior fragilidade face à necessidade de estar em permanente recontratação”. Rui Vieira de Castro assumiu que esta componente de comunicação, no que diz respeito ao término do contrato, "claramente falhou" e admite que “não foram adequadamente acauteladas todos os impactos decorrentes desta medida”.

“Estamos hoje numa situação, que é uma situação delicada, desconfortável, e que tem que ser rapidamente ultrapassada”, frisou.


“Para lá de assumir a responsabilidade pelos factos, é preciso aprender lições com as experiências. Vou desencadear um procedimento de inquérito interno para perceber onde é que se falhou, onde é que a nossa máquina de administração e governo falhou neste processo”, garantiu. O reitor espera que a situação seja rapidamente ultrapassada. 

Deixa-nos uma mensagem