A Câmara de Guimarães ainda aguarda por uma decisão da Direção-Geral do Património Cultural (DGPC). A candidatura da Zona de Couros à UNESCO foi abordada na reunião de executivo municipal que decorreu esta segunda-feira.

De acordo com o vereador com o pelouro do Centro Histórico, a proposta de classificação está concluída por parte da autarquia e pronta a enviar à comissão portuguesa da UNESCO, tutelada pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros. No entanto, antes de haver um veredito, é necessário que o espaço vimaranense seja considerado Monumento Nacional, algo que ainda não acontece.

Fernando Seará de Sá lamenta o atraso, garantindo que "a câmara fez aquilo que lhe competia". "Enviámos o documento para a Direção-Regional de Cultura do Norte [DRCN] e, em 2018, mandámos um pedido de esclarecimento à DRCN, que nos informou que a situação estava em análise na DGPC. Mais recentemente, enviámos uma solicitação para que nos informassem do andamento do projeto", explica, esperando que haja "brevemente uma decisão no que diz respeito à classificação da área como Monumento Nacional".

O Centro Histórico de Guimarães foi considerado Património Cultural da Humanidade em 2001. Há sete anos,  a autarquia anunciou a intenção de alargar essa classificação até à Zona de Couros. Durante a presidência de Portugal no Comité do Património Mundial, entre 2013 e 2017, face às recomendações da UNESCO, o país comprometeu-se a não apresentar candidaturas oficiais. Ainda assim, isso não impediu a comissão nacional da UNESCO de inscrever a Zona de Couros na Lista Indicativa em 2016.

Apesar da condicionante supracitada, face à "demora das instâncias nacionais", a coligação Juntos por Guimarães, que levou o assunto para a reunião, exige mais acção por parte da autarquia. "Se, do ponto de vista técnico, Guimarães fez o que tinha de fazer em tempo útil, é necessário intervenção política do presidente da câmara para que as respostas sejam dadas atempadamente pelo Estado Central", afirma Ricardo Araújo.