A Casa do Professor, localizada em Braga, está a coordenar um projecto europeu que pretende colocar em contacto docentes em diferentes fases da carreira. O LOOP - Scaffolding in Teachers Development: Mentoring and Mentors in Induction Programs, apoiado pela Agência Nacional Erasmus +, será desenvolvido até 2023 por seis escolas de Portugal, Itália, Grécia e Alemanha.

A iniciativa funciona numa lógica de mentoria, sendo assente em três eixos, segundo a coordenadora. Marta Peixoto explica que existe o objectivo de “caracterizar os programas de mentoria e os seus padrões de implementação nos países do consórcio, contribuir para que a formação dos professores e dos mentores seja de qualidade e desenvolver processos de apoio e feedback aos docentes".

Entre as diversas actividades, a responsável do Centro de Inovação Pedagógica da Casa do Professor destaca o desenvolvimento de um kit de boas práticas e um referencial de formação para mentores e professores. O projecto será culminado com uma conferência internacional, em Braga.

O Colégio João Paulo II, em Portugal, o CESIE - Centro de Estudos e Iniciativas Europeus, a Escola IPSSEOA Pietro Piazza, em Itália, a Universidade Nacional Capodistriana de Atenas e o 1º Peiramatiko Gymnasio Athinas Greece, na Grécia, e o Centro Escolar Carl von Ossietzky, na Alemanha, são as instituições de ensino parceiras do projecto.

Além da dimensão internacional do LOOP, Marta Peixoto esclarece que “os contextos nacionais não serão esquecidos”, havendo iniciativas desenvolvidas tendo por base o idioma de cada país. A coordenadora enaltece que este tipo de programas é "obrigatório em todos os países do consórcio, estando regulamentado”. No entanto, alerta que “não são acessíveis”.

Segundo dados recentes do Conselho Nacional de Educação, até ao ano de 2030, mais de metade dos professores, 57%, deverá aposentar-se. Outros países europeus, como, por exemplo, a Alemanha, a Itália e a Grécia, apresentam também uma média de idades de professores superior à da OCDE - Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico, que é de 44 anos.

Este projecto nasce, segundo Marta Peixoto, pela “necessidade de tornar urgentemente a carreira de docente mais atrativa”. Prevendo “um cenário ainda mais complicado” caso a situação não se inverta, a responsável do Centro de Inovação Pedagógica da Casa do Professor refere que "sobretudo os docentes em início de carreira e em mobilidade denotam uma ansiedade enorme e vontade de desistir”.