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Vanessa Batista

Academia 10.06.2021 20H50

CBMA cria soluções biosustentáveis para setor agroalimentar 

Escrito por Vanessa Batista
Fernanda Cássio, diretora do CBMA, fala aos microfones do UMinho I&D sobre os projetos "EcoAgriFood" e "River2Ocean".

O CBMA - Centro de Biologia Molecular e Ambiental da Universidade do Minho, criou soluções biosustentáveis para o setor agroalimentar. Os produtos, que podem ditar um caminho mais verde às empresas dos setores dos vinhos, carnes e laticínios, foram desenvolvidos no âmbito do projeto "EcoAgriFood". A investigação que terminou em maio de 2020 estava orçada em 1,5 milhões de euros pelo Norte2020.


Aos microfones do UMinho I&D, Fernanda Cássio, coordenadora da investigação e diretora do CBMA, fez um balanço dos resultados obtidos em três anos e meio de trabalho. Durante os últimos três anos e meio, a equipa produziu "agentes microbianos" que podem ser adicionados a embalagens e, deste modo, permitem o "aumento da vida dos produtos” sem colocar em causa a saúde dos consumidores, uma vez que estes produtos são inócuos.


Tendo em conta os efeitos nefastos dos pesticidas no ambiente, o "EcoAgriFood" também desenvolveu "pesticidas seguros" produzidos por microrganismos, o que garante que não serão resistentes aos compostos.


O projeto propôs a criação de rótulos ecológicos como forma de "atestar que os produtos são seguros para o homem e para o ambiente". Estes seriam uma mais valia, na ótica da equipa, para os agricultores, indústria e consumidores.


Do "EcoAgriFood"nasceu também um Conselho Consultivo, em que empresas dos setores das carnes, vinhos e lacticínios demonstram interesse em testar estas soluções mais verdes. As mesmas empresas foram já convidadas a integrar o Conselho de Empresas do Instituto de Ciência e Inovação para a Biosustentabilidade da UMinho.


No total, a equipa do "EcoAgriFood"publicou 36 artigos científicos, integrou 12 teses de doutoramento e realizou duas ações de treino de stakeholders no setor agroalimentar.



River2Ocean. O novo projeto que Fernanda Cássio tem em mãos e pretende envolver a população.


Conservar e valorizar a biodiversidade aquática na região minhota é o objetivo do projeto "River2Ocean". O trabalho está orçado pelo Norte 2020 em meio milhão de euros.


Em entrevista ao UMinho I&D, Fernanda Cássio revela que o trabalho irá começar por "mapear biodiversidade e habitats". Segue-se a identificação e caraterização das principais pressões humanas, por exemplo, no que diz respeito à gestão dos recursos aquíferos.


Numa segunda fase, o CBMA pretende valorizar e explorar a biodiversidade aquática utilizando "abordagens biotecnologicas para promover a bioeconomia". A ideia passa por contribuir para a gestão sustentável de peixes com grande importância comercial na região do Minho como é o caso da Enguia, Lampreia e ou Sável.


Numa última fase do projeto, será trabalhada a gestão e conservação da biodiversidade tendo em atenção a perceção do cidadão sobre os recursos naturais. Aqui, a equipa irá mergulhar nas redes sociais para perceber, a título de exemplo no Parque Nacional da Peneda-Geres, o que os cidadãos mais valorizam na sua fauna e flora.


Está previsto o lançamento, em breve, do site do "River2Ocean", onde será disponibilizado um e-book onde os interessados vão poder encontrar as "melhores praticas para a sustentabilidade dos ecossistemas aquáticos". O seu download será gratuito.

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