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NUNO GONÇALVES/UMINHO
Elsa Moura

Regional 05.10.2020 07H00

"CCDR-N deve ser de novo uma referência estratégica" - António Cunha

Escrito por Elsa Moura
Documento com linhas orientadoras do candidato já chegou ao colégio eleitoral. 

António Cunha, candidato único à liderança da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte admite que esta entidade perdeu "algum espaço" nos últimos anos, defendendo por isso uma estratégia que resulte na sua valorização.

O documento, intitulado 'Norte 2030 - ganhar o futuro' reúne algumas das linhas orientadoras do candidato e já chegou às assembleias municipais do Norte.


Em declarações exclusivas à RUM, o antigo reitor da academia minhota admite que é necessário um planeamento aprofundado, envolvendo ainda mais as comunidades intermunicipais.

António Cunha assume que "há uma dimensão de pensamento estratégico que deve ser aprofundado", depois da região já ter sido uma referência, mas que perdeu algum espaço "porque as outras regiões evoluíram". Por isso, os projectos estruturantes exigem "uma concertação supramunicipal, o que pressupõe um planeamento aprofundado".


São linhas enquadradoras de uma proposta de visão para a região. Um documento que será consolidado no futuro, começa por explicar. A região, reitera, tem problemas "conhecidos" apesar de indicadores "fantásticos" nas exportações, além de instituições "muito boas" e património natural e monumental classificado.

Mas, o rendimento produzido na região "é baixo", além dos problemas de distribuição. "É um problema que se vem agravando e a região mimetiza os desequilíbrios que Portugal tem como um todo, comprometendo um desenvolvimento coerente e integral", argumenta.


Por isso, o próximo presidente da CCDR-N aponta à criação de maior valor que permita "criar empregos melhores para fixar e atrair pessoas, alcançando um desenvolvimento mais coeso".

António Cunha assume que se trata de um desafio "muito difícil" que requer "vontades, recursos e articulação entre actores do território da economia, do conhecimento e da inovação". Um desafio que a sua liderança pretende "ajudar a ultrapassar nos próximos anos".


O próximo presidente da CCDR-N pretende ainda estreitar a sua relação com a Galiza e Castela Leão. "Na região da Galiza há trocas de todo o tipo. As relações são de grande proximidade e é natural que essa relação seja explorada", diz, assumindo ter uma especial motivação por este tema.



"A Oportunidade e a Esperança"

No documento, António Cunha assinala que na próxima década, a Região terá importantes recursos financeiros, sem precedentes em anteriores períodos de programação das políticas da União Europeia. Por isso, "a ambição deve estar para além da Política de Coesão e do Instrumento de Recuperação e Resiliência (IRR), importando mobilizar outros, quer de programas europeus e nacionais, quer de investimento privado".


"Assim, justificam especial concertação e acção: a necessária reprogramação do PO NORTE 2020, o incremento da sua execução e o seu papel de catalisador da economia; a definição estratégica do PO NORTE 2030 e a ambição do reforço da sua dotação orçamental num contexto multifundos; e a participação regional na implementação IRR.

Estes recursos devem ser geridos de forma estratégica, equilibrada e transparente. Neste percurso, o Norte terá de ser exemplar na consolidação do atual processo de descentralização, criando serviços públicos mais eficientes e próximos das pessoas, empresas e instituições", argumenta.


O antigo reitor da UMinho explica que a eleição do Presidente da CCDR-N "não reduz a legitimidade política nem do Governo, nem dos executivos municipais". "Pelo contrário, esta eleição reforça-as e articula-as, contribuindo para a construção de modelo de planeamento e gestão territorial mais democrático e participado, com espaços institucionais alargados de discussão e escrutínio das políticas públicas pelos representantes dos cidadãos - os eleitos locais", clarifica.


António Cunha vai mais longe e sustenta que "o tempo é novo e a Região quer, definitivamente, encontrar-se com a modernidade e alcançar os níveis mais elevados de desenvolvimento humano". Por isso, esta "é a oportunidade para cumprir a coesão na diversidade territorial e, sobretudo, ganhar o futuro com um momentum de cooperação em que o todo ultrapasse a soma das suas partes. É a oportunidade para cumprir o objectivo de desenvolvimento do coletivo maior a que pertencemos - Portugal".


As eleições para a presidência da Comissão acontecem no próximo dia 13 de Outubro. O antigo reitor da UMinho é candidato único.


ANTÓNIO AUGUSTO MAGALHÃES DA CUNHA, nasceu em Braga em 1961, é casado e pai de dois filhos.

Desenvolveu carreira académica na Universidade do Minho (UMinho), com licenciatura em Engenharia de Produção (1984) e doutoramento em Ciência e Engenharia de Polímeros (1991). É professor catedrático do Departamento de Engenharia de Polímeros, desde 2003 e investigador do Instituto de Polímeros e Compósitos, tendo sido autor ou coautor de 2 livros, 120 artigos em revistas científicas internacionais (ISI) e de 4 patentes.


Foi presidente Escola de Engenharia (2005-09), reitor da Universidade do Minho (2009-17) e presidente do Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas (2014-17). Integrou o Conselho Nacional da Educação (2010-14), o Research Policy Working Group da Associação Europeia de Universidades (2013-17) e o

Foi presidente do Padroado da Fundação das Universidades Norte de Portugal - Galiza (2010- 16) e do Instituto Internacional Casa de Mateus (2010-16), bem como cofundador e administrador do PIEP - Inovação em Engenharia de Polímeros (2001-09).

Actualmente é presidente do CoLab em Transformação Digital, DTx, administrador do CEIIA - Centro de Engenharia e Desenvolvimento e presidente do Gabinete de Crise e Transição Económica de Guimarães.

É igualmente curador da Agência para a Avaliação e Acreditação do Ensino Superior (A3ES) e membro dos boards do Programa MIT-Portugal, da Parceria Bosch-UMinho, do INL (International Iberian Nanotechnology Institute) e do MACC (Minho Advanced Computing Center), bem como membro do Conselho Consultivo da COTEC, tendo sido seu presidente (2015- 18).


Foi cofundador de várias empresas de base tecnológica e é presidente da assembleia geral da Casa de Investimentos, SA.


É membro da Academia de Engenharia (desde 2010), insígnia de ouro da Universidade de Santiago de Compostela (2013) e cidadão honorário e medalha de honra do Município de Guimarães (2016). Recebeu a medalha de mérito científico do Ministério da Ciência, Tenologia e Ensino Superior (2017), a medalha de ouro da Cidade de Braga (2018) e a grã-cruz da Ordem da Instrução Pública (2018).


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