A Cooperativa de Educação e Reabilitação para Cidadãos mais Incluídos (CERCI) Braga admitiu que poderá ter de encerrar duas residências para a autonomização e inclusão, que integram 10 cidadãos com deficiência intelectual. Em causa está o compromisso da parte da Segurança Social com uma data para a formalização do acordo de cooperação que viabilize a continuidade das residências.

Em outubro de 2021 foi submetida formalmente a documentação necessária para a celebração do acordo e em fevereiro de 2022 foram aprovadas as candidaturas ao Programa PARES 3.0. Em declarações à RUM, Vera Vaz, administradora da CERCI Braga, revela que na quarta-feira receberam um pedido para atualizar a documentação, já submetida no ano passado, devido às alterações da legislação. "Estamos a trabalhar com o máximo de afinco e empenho para responder com a maior brevidade possível e esperamos que o processo continue a desenrolar a uma velocidade normal, sem mais paragens de 18 meses", refere. 

O acordo foi assinado em julho, mas a CERCI Braga continua a aguardar a transferência de verbas para dar continuidade às residências. "Continuamos sem nenhuma data, sem nenhuma garantia da celebração do acordo", declara. Desde o início deste ano, a cooperativa está a suportar na íntegra as despesas que rodam os 16 mil euros mensais. "Estamos a funcionar desde janeiro sem qualquer tipo de apoio e a Segurança Social está a par de toda a situação", denuncia. "É completamente insustentável para a organização e não havendo celebração do acordo em tempo útil vamos ter que suspender o funcionamento", acrescenta.

Em causa está uma resposta insuficiente no concelho de Braga a pessoas com deficiência intelectual sem qualquer retaguarda familiar. Em 2021, a cooperativa funcionou com o apoio da Câmara Municipal de Braga e do projeto ‘BPI Capacitar’. Vera Vaz diz não entender o que inviabiliza o desbloqueio da verba e espera que se resolva em tempo útil.