Em Braga, o CLIB já se disponibilizou para acolher refugiados do Afeganistão, mas a diretora deste colégio com seis anos de experiência no acolhimento lamenta que mais uma vez o governo português se atrase a passar das palavras à ação. Contactada pela RUM, Helena Pina Vaz, explica que a disponibilidade do Colégio foi “imediata”, ainda que o mesmo não aconteça com as entidades governamentais.

Helena Pina Vaz explica que a disponibilidade do CLIB foi "imediata" assinalando que esta situação deixa a instituição "sensibilizada". O Alto Comissariado para as Migrações já foi contactado, mas "neste momento não há quaisquer acordos de instalação em Portugal, não há qualquer financiamento alocado a Portugal para isso nem há planos concretos para concretizar o acolhimento", alertou a responsável.

O CLIB é membro da comissão executiva da Plataforma de Apoio aos Refugiados. Helena Pina Vaz assume alguma "desilusão" perante a atitude de Portugal. Alerta que "quando se ouve dizer que Portugal está disponível, não é verdade, porque não está nada a nível oficial para de facto estar de portas abertas para estas pessoas".

A diretora do Colégio Luso Internacional de Braga há seis anos que acolhe famílias de refugiados de guerra de diferentes países. Olhando para a situação atual do Afeganistão, avisa que não há tempo a perder com excesso de burocracias. "Como em tudo fala-se muito, a situação é muito grave, de grande emergência, mas não se vai passar nada de muito animador que nos faça, a nós, portugueses sensibilizados para esta gravíssima situação, que nos possa descansar", lamenta.

Helena Pina Vaz recorda que o plano de acolhimento de refugiados relativo a 2018 está "atrasadíssimo", situação que deixa a organização pouco otimista quanto ao desenrolar deste processo, ainda que insista que o CLIB está preparado para acolher e ajudar famílias provenientes do Afeganistão.

Ora, esta quarta-feira ao final do dia, o ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, disse que Portugal espera receber refugiados do Afeganistão “tão breve quanto possível”, confirmando que o país deverá acolher cerca de 50 pessoas que cooperaram com os serviços da União Europeia.