Pintura, desenho, arte têxtil, instalação multimédia e realidade aumentada. Partindo da cor (ou da ausência dela) como elemento comum, a Casa dos Crivos, em Braga, reúne o trabalho de cinco artistas de áreas diferentes.

A exposição 'Coação Pictórica’, inaugurada esta sexta-feira e que vai estar patente até junho, integra-se na programação da Capital da Cultura do Eixo Atlântico 2021 e junta galardoados de edições diferentes do Prémio de Pintura do Eixo Atlântico.

A curadora Helena Mendes Pereira explica que, por essa razão, foi necessário “casar uma mão cheia de artistas” através de uma caraterística que unisse os seus trabalhos. Através da dimensão cromática surgiu o conceito de “apartamento partilhado”, em que "cada um ocupa o seu espaço”. 

“É uma ideia muito imanente deste período que estamos a viver que é a de utilizar e de ocupar as casas. Interessava-me que as pessoas também sentissem isso. Cada um está confinado a um espaço, ainda que haja contágios muito subtis entre imagens, que se estabelecem através do trabalhos. A Casa dos Crivos tem uma espécie de escadaria que ajuda a ligar tudo”.

Na parte de baixo do 'apartamento' surge o trabalho de Teresa Gil, que foi distinguido em 2008 no Prémio de Pintura do Eixo Atlântico. A pintura de acrílico sobre tela, através de quadros de diferentes dimensões, procura retratar a fase de secagem das plantas. “Há todo um movimento e um contorcido das pétalas quando estão a murchar que me cativou bastante”, confidencia a artista. Teresa Gil refere que esta obra vai "em busca da metamorfose da vida transposta por analogia para a natureza”. 

A exposição ‘Coação Pictórica’ reúne as propostas apresentadas numa Open Call, lançada pelo Eixo Atlântico e pela Câmara Municipal de Braga, a galardoados do Prémio de Pintura do Eixo Atlântico, que inclui ainda os artistas Juliana Ribeiro, Alexandre Carvalho, Fábio Araújo e Marco Macedo.

Lídia Dias, vereadora da Cultura, destaca a conjugação artística que foi alcançada e a importância de retomar a programação de Arte Contemporânea da Casa dos Crivos. “Conseguimos transformar a nossa Casa do Crivos e criar uma imersão de arte através da resposta ao desafio 'Pode a Arte mudar o mundo? Tem a Arte o poder de coagir-nos à mudança?'. A arte tem um lugar muito grande, se calhar muito maior do que podemos pensar”, argumenta.