Academia 05.06.2024 16H17
Coletivo quer reitoria da UMinho a assumir corte de relações com universidades israelitas
A par disso, grupo de estudantes pela Palestina solicitou hoje uma reunião, "com caráter de urgência", à presidente da Associação Académica da Universidade do Minho.
O coletivo da UMinho 'Estudantes pela Palestina' exige ao Conselho Geral da instituição minhota uma posição pública "vincada" que resulte no corte de relações com instituições de ensino superior de Israel. Este mesmo grupo de alunos, que nas últimas semanas tem intensificado as ações de sensibilização e alerta junto da comunidade académica, considera que além de um pedido de posicionamento oficial por parte dos órgãos de governo da Universidade do Minho, a própria Associação Académica deve assumir um posicionamento público. Para tal, solicilitaram também esta quarta-feira uma reunião "com caráter de urgência" com a presidente da AAUMinho, Margarida Isaías.
Ao longo das últimas semanas têm-se intensificado as iniciativas em defesa da Palestina, nomeadamente com uma ocupação pacífica no complexo pedagógico II do campus de Gualtar desde 27 de maio.
"Os movimentos estudantis que se têm levantado por todo o país e por todo o mundo mostram-nos precisamente isso: Que os estudantes ainda têm poder e que devemos usar esse poder para o bem, para nos manifestarmos quando os nossos direitos mais fundamentais não são respeitados. À data do envio deste e-mail, contam-se 242 dias em que esses direitos não estão a ser cumpridos na faixa de Gaza, onde já não sobra nenhuma universidade para as nossas colegas se refugiarem e manifestarem. Por isso, acreditamos que todos e todas as estudantes têm o dever moral de se manifestar por quem não pode", pode ler-se na nota enviada à RUM.
Aos microfones da Universitária, o porta-voz do coletivo, Miguel Fontes assume que "a comunidade académica está mais sensibilizada, principalmente o pessoal docente". Ontem mesmo, o coletivo recebeu um e-mail da Escola de Arquitetura, Arte e Design "associando-se ao pedido junto da reitoria da UMinho para o corte de relações com universidades israelitas, mais ajuda humanitária para Gaza e um posicionamento público por parte da universidade face ao genocídio", revela.
Recentemente, numa reunião do Conselho Geral foi aprovado um voto de pesar pelas vítimas, mas para este coletivo, a instituição "não pode deixar cair esta questão no esquecimento", exigindo uma postura mais ativa.
Depois de um encontro do coletivo com o reitor da UMinho, Rui Vieira de Castro terá remetido mais informações para a próxima reunião do Conselho Geral, agendada para 21 de junho.